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Os milionários estão a fugir de Nova Iorque

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A cidade de Nova Iorque está a preparar-se para enfrentar um êxodo dos seus residentes mais ricos após as autoridades terem aprovado um orçamento que fará com que paguem a maior taxa de impostos dos Estados Unidos.

Com a nova taxa, que deverá ser carimbada em breve pelo governador de Nova Iorque Andrew Cuomo, os residentes mais ricos da cidade poderão pagar até 14,8% de imposto – um imposto federal, estadual e municipal combinado poderia chegar a 52%.

De acordo com o The Telegraph, a mudança faz com que o estado ultrapasse a Califórnia, que atualmente tem a maior taxa de imposto combinada para os residentes ricos dos Estados Unidos e de grande parte da Europa.

Os líderes empresariais e CEOs alertaram esta semana que o aumento irá, provavelmente, sair pela culatra, uma vez que afasta as pessoas e empresas das quais a cidade depende para a sua receita.

Francis Suarez, governador de Miami, na Florida, que não tributa a imposto pessoal e tem uma das taxas corporativas mais baixas do país, disse esta semana que algumas das maiores empresas de Nova Iorque entraram em contacto com a sua cidade.

“Não posso dar nomes, mas se quer saber se estamos a falar com o maior de Nova Iorque, estamos”, disse Suarez. “Claramente, o clima tóxico em Nova Iorque fez com que as empresas olhassem para Miami como um lugar atraente para expansão e realocação de longo prazo.”

Um estudo recente mostrou que pelo menos 20% dos bancos e empresas de serviços financeiros pensaram em realocar trabalhadores para outros locais fora de Nova Iorque. Dezenas já o fizeram.

Grande parte de Wall Street tornou-se uma cidade fantasma, numa altura em que restaurantes e lojas sofisticadas em Midtown Manhattan ainda estão fechados e provavelmente não voltarão a abrir.

Os “5% mais ricos” de Nova Iorque atualmente contribuem com 60% da receita da cidade e “menos de 2.000 dos mais ricos respondem por mais de um sexto das receitas fiscais”, relata o The Times.

No entanto, muitos deles fugiram no início da pandemia. Segundo a CNBC, muitos dos “executivos que fugiram da cidade para a Florida temporariamente devido ao confinamento da pandemia de coronavírus estão a considerar a realocação permanente”.

Nova Iorque foi o estado que mais perdeu população nos Estados Unidos no ano passado, de acordo com dados do Census Bureau. Mais de 300 mil famílias da cidade preencheram formulários de mudança de morada, resultando no maior declínio nas receitas de impostos sobre a propriedade em quase 25 anos. Alguns voltaram, mas muitos não.

Senadores republicanos locais protestaram contra o orçamento, dizendo que o nível “insustentável” de tributação também poderia afastar os jovens nova-iorquinos e as oportunidades do estado.

Enquanto isso, norte-americanos ricos em todo o país estão a enfrentar a ameaça de aumento da taxa de impostos corporativos federais sob a administração do Presidente Joe Biden.

Biden declarou que quer aumentar a taxa do imposto corporativo para 28%, bem como aumentar os impostos sobre aqueles que ganham mais de 400 mil dólares para pagar o seu plano de infraestrutura de três biliões de dólares, dizendo que é hora de empresas como a Amazon pagarem a sua “parte justa”.

Maria Campos, ZAP //

23 Comments

  1. Ser rico é um crime…
    Bom, bom é ser um comuna, bloquista ou socialista que nada faz, nada cria e tudo consome à custa do trabalho e do esforço alheio.

  2. Pobres ricos.
    Só não entendo. Os ricos querem mostrar como são ricos. Então estes ricos pobres vão ceder lugar a Novos Ricos 🙂

  3. Já vão tarde. Eles esquecem-se de que são uma minoria e de que a grande força da economia estadunidense é a classe média. Num país em que as elites minoritárias de ricos têm vivido à grande à custa da desigualdade e da exploração da pobreza dos restantes. Com a sua saída a vida vai melhorar para os que têm menos pois a distribuição torna se mais justa quando as sanguessugas se vão de vez.

    A classe média organiza-se e pode gazer empresas, cooperativas, etc… Eu nunca percebi como alguns pseudo-economistas caseiros de casa de banho, podem achar que os milionários são bons porque criam emprego. Ninguém cria emprego. Quando muito precisam de gente para explorar e depois pagam sempre menos do que a riqueza produzida pelo trabalho, que é a única forma de ter lucro.

    Juntem-se e unam-se os que ficam. Organizem-se em cooperativas ou comecem com pequenos negócios que, na nova ausência das corporações e dos monopólios de concorrência desleal, terão muito mais sucesso.

    Os milionários que se retirem todos para as Filipinas e para Malta e que se comam uns aos outros.

    • Completo disparate, e revelador do que acontece quando as pessoas se deixam levar pela emoção e não pelos factos. Já se sabe que os ricos arranjam forma de pagar menos impostos, mas isso é em termos relativos. Por exemplo, enquanto um cidadão normal paga 30% (número hipotético) sobre os rendimentos sobre o trabalho, um cidadão rico paga 20% ou menos sobre rendimentos sobre o capital (acções, etc.). Mas em números absolutos, o rico paga MUITO mais. Esses 10 ou 20% correspondem a um montante MUITO mais elevado que os 30% que o cidadão normal paga.

      Para dar um exemplo, nos EUA, os 10% mais ricos pagam 70% de TODOS os impostos federais! Retirem-se os 10% mais ricos, como você sugere, e de repente o país não tem dinheiro para nada, e não é a classe média que vai salvar a situação.

      Nunca nenhum país ficou melhor com o êxodo dos ricos, e Nova Iorque vai-se arrepender do que está a fazer, é certo como o destino.

      Se calhar não é por acaso que os países com maior número de milionários e bilionários per capita no mundo (em alguns casos, mais que os EUA), são aqueles que também consistentemente têm os mais altos índices de desenvolvimento e qualidade de vida (países Nórdicos).

      • Há ricos e há Ricos e há RICOS.
        Estes últimos, fizeram criar as leis que tornaram possível pagar Zero impostos nos EUA.
        Não é ilegal nos eua, por isso boa sorte com o Trump e afins. Eles conhecem todas as aberturas e usam-nas. Aqui as leis também foram encomendadas pelos equivalentes aos anteriormente referidos.
        Quanto a criar emprego em larga escala, Portugal tem tão poucos que nem vale a pena falar. Quem afirma que criar postos de trabalho às centenas é trivial, é porque nunca tentou (nem sabe o que está envolvido nisso). O cérebro de um que foi treinado desde a nascença para tornar-se “empregado”, está deformado e só por um milagre genético (ou algo assim) se consegue livrar-se das grilhetas dessa forma de estar na vida e de pensar (e até sentir!). Boa sorte para quem o tentar. Especialmente neste país.

  4. Venham para Portugal! Estamos de braços abertos. Impostos? falamos mais tarde. Façam um curso intensivo com os fiscalistas da EDP e não pagam nada.

  5. Muito bem comentado por todos acima, que nada sabem da nossa vida e dos nossos sacrificios aqui nos Estados Unidos.
    Eu, cá por mim, estou mais de farto de traballhar e pagar impostos há mais de 45 anos para sustentar os chamados ‘ carenciados’ inuteis que nada fazem e nada produzem ao longo da vida toda. Tenho o que tenho mas é meu, trabalhei por ele. Não ando a parir ou fazer filhos de 2 em 2 anos, que têm de ser sustentes por outros.

    • George,
      Não esquece que a força da economia estadunidense está no consumo.
      Os ricos gastam tanto papel higiénico que os pobres, ou até menos.
      Depois do 9/11 não foi o Bush a chorar: “Por Favor, continuem a consumir, please!”
      Os ricos não devolvem liquidez à economia, fazendo com que não dão ninguém a oportunidade, com iniciativa, de o ganhar de volta.
      Ergo: “Os ricos não permitem o ‘American Dream’ a acontecer

      Ò ZAP, está bem assim?

  6. Esse é o resultado do pensamento linear, binário, que coloca o rico de um lado e o pobre do outro. Mas nada é tão simples. Quem se arrisca a montar empresas e gerar empregos? Todos que o fazem ficam ricos? Não, apenas 1%, se tanto. A maioria das empresas no Brasil fecham as portas em dois anos.
    Então, é óbvio que ao afastar os ricos afastam-se empregos e investimentos. Não é tão difícil chegar a essa conclusão, desde que deixemos as ideologias estudantis de lado.
    Então, que os ricos paguem mais impostos, se o valor está defasado, mas de uma maneira sustentável para todos. Ou será melhor para centenas de milhares de nova-iorquinos perderem seus empregos, ou terem de se mudar para a Flórida?
    Ou seja, essas medidas radicais, precipitadas, acabam provocando um desequilíbrio ainda maior.

  7. O problema dos comentários aguardarem validação, não é haver moderação porque, isso faz todo o sentido. Tudo tem as suas regras. O problema é a ineficácia do sistema de validação. Como é possível esperar por vezes dias para ver um comentário validado? Quando aparece finalmente o comentário publicado, já ninguém o lê e que eu saiba, a função de comentar é para que o comentário seja lido.

    Outro problema são os critérios. Basta o texto ter mais de 3 linhas ou conter htt.p (coloco o ponto senão é certo quevai pra moderação), que já fica entalado.

  8. Completa baboseira. Eu nem sei como é que alguém fala que os impostos são percentuais como se tivesse descoberto a pólvora. Deixe-me desmontar a sua demagogia sem qualquer esforço. Invertamos a situação. Falemos do que fica no bolso depois de pagar os ditos impostos:

    Quando um cidadão normal paga 30%, sobra-lhe 70% de um rendimento que já é ridiculamente pequeno, deixando-o aflito para sobreviver. Quando um cidadão “anormal” (ie, rico) paga 20% sobra-lhe 80% (!!) de uma fortuna que excede lalrgamente aquilo que ele precisa para sobreviver. Isso a mim é que me interessa porque eu sofro de uma doença rara chamada humanismo e estou-me marimbando para números sem cara.

    Ora o que sucede quando os causadores da desigualdade se vão embora é que todos os outros ficam muito mais ricos. O papel e o espaço económico deixado vazio por um milionário, não fica de repente e permanentemente vazio à espera de outro milionário. Não, é dividido pelos que ficam podendo estes redistribuir a riqueza de forma mais justa.

  9. Segunda parte da desmontagem do seu míope argumento. Por cada rico há milhões de pobres e classe média. Os 30% desses multiplicados pelo número de pessoas dá um valor MUITO mas MUITO mais elevado do que os 20% dos impostos dos ricos. Se essas pessoas ficarem todas um pouco mais ricas com o desaparecimento dos ricos, o que acontece é que 30% do rendimento deles vai duplicar ou triplicar PELO MENOS, o montante total das contribuições fiscais. Isto será dezenas de vezes superior ao que se perde com a debandada dos ricos.

    Concentrações de riqueza é sintoma de terceiro mundo. Na América Latina e em África é que os ricos são desmesurada e obscenamente ricos e os pobres vivem na miséria. Em países civilizados como os Escandinavos que você refere, nunca há estas polarizações de riqueza mas por esse mesmo motivo, os ricos são todos e miséria não há. Acho até admiravel o tiro no pé que você dá com o exemplo de países Nórdicos, onde os impostos são dos mais altos do mundo.

    • Este seu post ainda é melhor. Um conselho: antes de vir para aqui demonstrar a sua ignorância informe-se. E leia melhor os posts anteriores. Vou repetir porque não percebeu. Nos EUA, os 10% mais ricos pagam 70% de TODOS os impostos! 90% da população nos EUA (cerca de 295 milhões de pessoas), todos juntos, não pagam sequer um terço dos impostos anuais arrecados pelo Estado! Percebeu agora? Quer mesmo mandar todos os ricos embora?

      Quanto aos países Escandinavos, mais uma vez informe-se. Vá ver quais são os países do mundo com mais bilionários por milhão de habitantes. Claro que os EUA estão perto do topo, mas há vários países Nórdicos acima.

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