Em Portugal Continental, o PSD não aceita coligações com o Chega para as próximas autárquicas, sublinhou Rui Rio, que deseja que o mesmo princípio seja seguido nas Regiões Autónoma.
Esta terça-feira, Rui Rio reiterou que em Portugal Continental o PSD não aceita coligações com o Chega para as próximas eleições autárquicas e afirmou desejar que o mesmo princípio seja seguido nas Regiões Autónomas.
“O que estou em condições de garantir o que sempre garanti. O PSD fez um acordo de coligação com o CDS – não é em todo o lado, mas onde localmente o quiserem fazer – [e] esse acordo em determinados concelhos, se houver interesse disso, se as concelhias o quiserem propor, [pode incluir] o PPM, o Partido da Terra, o Nós Cidadãos, etc., nós aceitamos. Com o Chega não“, disse o líder social-democrata.
Rio respondia a questões dos jornalistas no Porto, à margem de uma conferência de imprensa sobre medidas para travar a pandemia da covid-19, tendo referido que “o problema que se coloca” nos Açores e Madeira tem a ver com a tutela.
“Não temos tutela nas Regiões Autónomas. Aquilo que é desejável é que nas Regiões Autónomas façam o mesmo que fazemos no Continente e fazer o mesmo é não fazer coligações com o Chega”, frisou.
Sobre Suzana Garcia, o presidente do PSD disse que se a candidata não tivesse o perfil para a corrida à Câmara Amadora não teria sido aprovada, esclarecendo que os crivos mudam conforme os cargos e concelhos em causa.
“Se não fosse o perfil certo para Amadora, seguramente não teríamos aprovado”, disse depois de questionado sobre se o PSD tem dois pesos e duas medidas nas escolhas dos candidatos, isto depois do coordenador autárquico do PSD, José Silvano, ter argumentado que Suzana Garcia “não se candidata à Assembleia da República para legislar”.
“O que ele disse foi que o crivo que se faz para uma candidatura a uma autarquia não é exatamente o mesmo crivo que se faz para uma candidatura à Assembleia da República. E não estou a falar da pessoa em concreto, estou a falar das regras“, justificou Rui Rio.
O presidente do PSD acrescentou que o crivo que faz para uma candidatura a um concelho “não é rigorosamente igual ao crivo para uma candidatura de um concelho de perfil diferente”, somando ao exemplo o crivo para candidaturas a cargos diferentes.
“O perfil que se requer para candidato à Câmara do Porto não é exatamente igual ao que se possa requerer à câmara de Lousada, Baião ou Matosinhos. O perfil para um autarca ou para a Assembleia da República é diferente“, acrescentou.
A 7 de abril, na apresentação de mais 53 candidatos autárquicos, a escolha para a Amadora da advogada e ex-comentadora televisiva dominou a conferência de imprensa.
Na altura, o coordenador autárquico do PSD, José Silvano, referido que Suzana Garcia é a “candidata mais indicada para ganhar” a Câmara Municipal de Amadora e que as suas posições públicas não põem em causa os valores sociais-democratas.
“A posição da Suzana Garcia – que não se candidata à Assembleia da República para legislar, mas para a Câmara da Amadora – é uma posição que, no entender do PSD e que ela própria explica, não é de castração química, mas uma terapia medicamentosa de controlo da libido e apenas para reincidentes pedófilos”, disse o coordenador autárquico.
As eleições autárquicas têm de ser marcadas pelo Governo para o período entre 22 de setembro e 14 de outubro.
Em Portugal há 308 municípios (278 no continente, 19 nos Açores e 11 na Madeira), e 3.092 juntas de freguesia (2.882 no continente, 156 nos Açores e 54 na Madeira).
ZAP // Lusa
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