O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2020 revela ataques e roubo de informação confidencial do Estado e de infraestruturas nacionais. Em alguns casos, o ataque partiu de outros estados.
O Estado português foi alvo de ciberespionagem e várias infraestruturas nacionais sofreram ataques informáticos, alguns por parte de outros países, tendo sido roubada informação confidencial, com valor político e económico, avança o JN.
Houve um “aumento da espionagem através de ameaças persistentes, tecnologicamente avançadas, de origem estatal, direcionadas a importantes centros de informação do Estado português”, revela o relatório.
O RASI de 2020 revela ainda os “os mais baixos índices” de criminalidade desde que há registo.
Num ano marcado pela pandemia e pelo confinamento, a criminalidade geral reduziu cerca de 11% no ano passado em comparação com 2019, sendo que a criminalidade violenta e grave registou uma descida superior a 13%.
Contudo, a burla informática, teve “um aumento bastante significativo”.
O DN refere que o Serviço de Informações de Segurança (SIS) destaca no RASI 2020 a aproximação entre grupos de extrema-direita e “negacionistas da pandemia”.
“O confinamento imposto aumentou o tempo de exposição da sociedade em geral, e dos jovens em particular, aos meios online e abriu um leque de oportunidades para que os movimentos radicais de extrema-direita disseminassem conteúdos de propaganda e desinformação digital, com vista a aumentar as suas bases de apoio, galvanizar os sentimentos antissistema e a reforçar a radicalização com base xenófoba, recorrendo ao discurso apelativo da violência e do ódio.”
Existem “riscos de radicalização violenta online de jovens portugueses, que poderão conduzir nos próximos anos ao agravamento da ameaça” de movimentos extremistas, alertam o SIS.
O documento foi aprovado na terça-feira no Conselho Superior de Segurança Interna e será enviado esta quarta-feira à Assembleia da República.