Os atos da China “ameaçam a ordem fundada em regras que garantem a estabilidade mundial”, declarou na quinta-feira o chefe da diplomacia dos Estados Unidos (EUA), Antony Blinken, durante a abertura de uma reunião de dois dias com dirigentes chineses, no Alasca.
“Vamos apresentar as nossas profundas inquietações sobre os atos da China, incluindo Xinjiang” – região na qual os EUA acusam Pequim de “genocídio” contra os muçulmanos uigures -, “de Hong Kong, de Taiwan, dos ataques cibernéticos contra os EUA e da coerção económica contra os nossos aliados”, afirmou, citado pelo Expresso.
“Cada um destes atos ameaça a ordem fundada em regras que garantem a estabilidade mundial. É a razão pela qual não se tratam apenas de questões internas e sentimos a obrigação de falar delas”, acrescentou, numa reunião onde estava presente o mais alto responsável do Partido Comunista Chinês para as relações externas, Yang Jiechi, e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.
Por sua vez, Jiechi declarou: “A China opõe-se firmemente à interferência” dos EUA “nos assuntos internos”. “Expressamos a nossa firme oposição” e “tomaremos medidas firmes em resposta aos direitos humanos. Esperamos que” os EUA “façam melhor com os direitos humanos”, disse, indicando que os chineses têm “feito progressos” nessa área.
Os EUA “têm uma democracia ao estilo” dos EUA e “a China tem uma democracia ao estilo chinês. Não cabe apenas ao povo americano, mas também às pessoas do mundo, avaliar o desempenho” dos EUA “no avanço da sua própria democracia. Na China, após décadas de reformas e abertura, percorremos um longo caminho em vários campos”, frisou.
Blinken respondeu: “Tenho de dizer-lhe que, no meu curto tempo como secretário de Estado, falei com centenas de delegações de todo o mundo e acabei de fazer a minha primeira viagem ao Japão e Coreia do Sul. Tenho de dizer-lhe que o que ando a ouvir é muito diferente do que acabou de descrever. Tenho ouvido uma profunda satisfação por” os EUA “estarem de volta, por estarmos ligados novamente com os nossos aliados e parceiros. Também tenho ouvido grandes preocupações por ações que o seu Governo tem tomado e teremos oportunidade de falar nisso quando começarmos a trabalhar”.
Na quarta-feira, os EUA avançaram com ações contra a China, nomeadamente sanções por reversão da democracia em Hong Kong.
Na China, para haver “direitos humanos”, primeiro tem que existir “humanos”, coisa que, para o regimes chinês, não existe!!