A Agência Europeia do Medicamento (EMA) assegurou hoje que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 “é segura e eficaz”, não estando também associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados, que levaram à suspensão do seu uso.
Ainda assim, a agência tem algumas preocupações sobre os possíveis efeitos colaterais.
“O Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância chegou a uma clara conclusão na investigação dos casos de coágulos sanguíneos: esta é uma vacina segura e eficaz”, declarou a diretora executiva EMA, Emer Cooke, falando em conferência de imprensa.
Depois de uma investigação nos últimos dias dos especialistas do regulador europeu, Emer Cooke garantiu que a administração da vacina da AstraZeneca “não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos” nalguns dos vacinados com este fármaco.
A responsável diz ainda que a EMA está a fazer estudos e a investigar mais a fundo os efeitos da vacina e apela a que todas as pessoas que tenham efeitos secundários, que os reportem.
A posição surge depois de nos últimos dias vários países europeus, incluindo Portugal, terem decidido por precaução suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco.
Esta quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu que continua a recomendar, por agora, a administração da vacina da AstraZeneca.
“Neste momento, a OMS estima que o balanço risco/benefício está a inclinar-se a favor da vacina AstraZeneca e recomenda que as vacinas continuem” a ser administradas, refere um comunicado da agência das Nações Unidas citado pela agência francesa France Presse.
O Comité Consultivo Global para a Segurança das Vacinas da OMS está a avaliar os últimos dados de segurança disponíveis para a vacina AstraZeneca, sendo que uma vez concluída esta revisão, a OMS comunicará imediatamente as conclusões ao público, acrescenta.
No comunicado, a OMS refere que “a vacinação contra a covid-19 não reduzirá a doença ou as mortes por outras causas”, sublinhando que os eventos tromboembólicos são conhecidos por ocorrerem frequentemente.
“O tromboembolismo venoso é a terceira doença cardiovascular mais comum a nível global”, observa. Lembra também que em grandes campanhas de vacinação “é rotina” os países sinalizarem eventos após a imunização.
ZAP // Lusa