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Fernando Negrão é o candidato do PSD a Setúbal. Rio pode ser “ás de trunfo” no Porto

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Miguel A. Lopes / Lusa

Rui Rio com Fernando Negrão e David Justino

Fernando Negrão é o candidato do PSD à Câmara de Setúbal, Carlos Moedas é a aposta do PSD e do CDS para Lisboa e Rui Rio pode ser “ás de trunfo” no Porto.

O vice-presidente da Assembleia da República Fernando Negrão vai ser o candidato do PSD à Câmara Municipal de Setúbal, disse o próprio à agência Lusa.

“Vou ser candidato por Setúbal. Uma velha luta, retomada agora, para fazer de Setúbal uma cidade onde muitos querem trabalhar e viver”, afirmou, numa declaração escrita.

O antigo líder parlamentar do PSD, que já foi candidato a Setúbal e é deputado por este círculo, confirmou à Lusa que foi convidado pelo presidente do partido, Rui Rio, e já disse que sim. O anúncio acontece na véspera de uma reunião da distrital de Setúbal do partido.

No plano autárquico, Negrão foi candidato pelo PSD à Câmara Municipal de Setúbal nas eleições de 2005 e, nas intercalares de 2007, à Câmara Municipal de Lisboa.

Fernando Mimoso Negrão nasceu em Angola a 29 de novembro de 1955, é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e deputado desde 2002.

Foi líder parlamentar do PSD entre fevereiro de 2018 e outubro de 2019 e, em 2015, foi o candidato do PSD e CDS-PP à presidência da Assembleia da República, mas foi derrotado por Ferro Rodrigues, tendo sido indicado na atual legislatura vice-presidente do parlamento pelos sociais-democratas

Antes de assumir a liderança da bancada, presidiu à Comissão eventual da Transparência e, na XII legislatura, destacou-se na presidência da Comissão de Inquérito ao Banco Espírito Santo, sendo atualmente o presidente da comissão de inquérito sobre o Novo Banco, cujos trabalhos estão suspensos devido à pandemia de covid-19.

Juiz de carreira e oficial da Força Aérea Portuguesa, Fernando Negrão foi ministro da Segurança Social, da Família e da Criança em 2004, no Governo de Pedro Santana Lopes, tendo antes presidido ao Instituto Português da Droga e da Toxicodependência (IPDT).

No curto segundo Governo de Passos Coelho, em 2015, exerceu por menos de um mês as funções de ministro da Justiça.

O social-democrata foi também diretor-geral da Polícia Judiciária (PJ) entre novembro de 1995 e março de 1999, cargo do qual se demitiu na sequência de suspeitas de violação do segredo de justiça no caso Moderna. O processo viria depois a ser arquivado pelo Tribunal da Relação.

Fernando Negrão foi eleito deputado pela primeira vez nas listas do PSD em 2002, pelo círculo eleitoral de Faro, em 2005, 2009 e 2019 por Setúbal – na última vez como cabeça de lista – e em 2011 e 2015 por Braga.

Rui Rio é “ás de trunfo” para o Porto

Em entrevista ao Jornal Económico, o deputado social-democrata Álvaro Almeida considera que Rui Rio é o “melhor trunfo” que o partido tem para candidatar à Câmara do Porto.

Embora critique a liderança de Rio no PSD, Álvaro Almeida considera que o ex-autarca do Porto é o “melhor presidente da câmara das últimas décadas”. Com a sua “experiência, notoriedade e provas dadas”, Rui Rio é a “única solução” para o partido conquistar a Câmara do Porto, argumenta.

“Não sei se o Dr. Rui Rio se vai candidatar ou não, mas, tendo em conta a importância que dá às eleições autárquicas, considerando-as ‘vitais’, acho que deveria aproveitar os trunfos que o PSD tem e candidatá-los e, no caso do Porto, ele, que é o ‘às de trunfo’ do partido, deveria avançar para uma candidatura”, disse Álvaro Almeida ao jornal Público.

“Rui Rio daria o exemplo para que outros dirigentes e figuras nacionais do PSD se candidatassem a outras câmaras municipais e, dessa forma, reforçar as hipóteses de o partido ter um bom resultado nas autárquicas”, acrescentou.

Rui Rio esteve durante três mandatos à frente da Câmara do Porto, antes de ser sucedido pelo atual autarca, Rui Moreira. Álvaro Almeida acredita que o líder do PSD teria “uma possibilidade real de vitória”.

Carlos Moedas foi consensualizado com o PSD

O Observador avança, esta quinta-feira, que Carlos Moedas é a aposta do PSD para Lisboa, uma informação confirmada pelo diário junto do núcleo duro de Rui Rio. O líder social-democrata esteve reunido com o antigo comissário europeu, um nome que, já há algumas semanas, vai ganhando força nos bastidores do partido.

Também a RTP avança que Moedas, antigo secretário de estado adjunto de Passos Coelho, aceitou liderar a coligação PSD/CDS em Lisboa durante a tarde desta quinta-feira. Francisco Rodrigues dos Santos, líder centrista, não terá colocado qualquer entrave à escolha de Carlos Moedas.

“É um nome forte que reuniu sólido consenso entre direções do CDS e do PSD em reuniões mantidas sobre a estratégia para as próximas eleições autárquicas”, segundo um comunicado assinado por Francisco Rodrigues dos Santos.

O líder do CDS, citado pelo Público, considera que a escolha de Moedas “é uma boa notícia para Lisboa e constitui o primeiro passo para que haja uma coligação de centro-direita para a capital”. O IL ainda não foi contactado formalmente para integrar esta aliança.

Em reação, o presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Luís Newton, considerou que Carlos Moedas “será o presidente” que a cidade “precisa”, “virando-a para o século XXI”.

Contactado pela agência Lusa, Luís Newton, que é também presidente da Junta de Freguesia da Estrela, disse que “Carlos Moedas será o presidente que Lisboa precisa, virando a cidade para o século XXI, modernizando os serviços camarários e aproximando governantes e governados”.

O social-democrata acrescentou que “é um momento de esperança para todos os lisboetas” e enalteceu a “experiência” de executivo nacional.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

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7 Comments

  1. Se o Rio se candidatasse à Câmara do Porto, isso era de homem. Não me lembro de nenhum caso idêntico num líder do PS ou PSD com aspirações a primeiro-ministo. Isso era de quem os tinha bem no sítio. Ainda por cima no Porto onde o atual autarca tem tudo para se manter.

  2. Luta bonita em Lisboa. Os dois melhores posicionados, ambos têm o sobrenome começado por M, ambos são filhos de pais comunistas, ambos são relevantes nos seus partidos e têm a ambição de os vir a comandar. Um é portuense, o outro é alentejano. Quem ganhará ?!

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