A coordenadora do Bloco de Esquerda disse que o Governo tem feito aproximações ao partido no que diz respeito a corrigir alguns apoios anunciados, mas desafiou o Executivo a alterar o Orçamento do Estado para 2021, para que os apoios cheguem a quem precisa.
Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, desafiou esta segunda-feira o Governo a corrigir o Orçamento do Estado para 2021, que já reconheceu não ser suficiente, para que os apoios cheguem a quem precisa. Na mesma intervenção, a bloquista reconheceu algumas aproximações do Executivo ao partido.
Catarina Martins e os deputados José Soeiro e Beatriz Gomes Dias reuniram-se esta segunda-feira, virtualmente, com dezenas de trabalhadores das mais diversas áreas da cultura que reclamam apoios e soluções para um setor em crise.
“Já mais do que uma vez [o Governo] veio corrigir as medidas, mas continua a fazer correções pequenas demais e continuamos a ter tanta gente a desesperar meses por um apoio essencial à sua sobrevivência. O que é necessário é que o Governo dê esse passo e, uma vez que já reconheceu que o seu Orçamento é insuficiente, então que o corrija e garanta o apoio a toda a gente que precisa”, apelou.
Questionada sobre se destas palavras se poderia deduzir que é necessário um Orçamento Retificativo, Catarina Martins referiu que as correções que já foram feitas ao Orçamento para este ano aconteceram sem recorrer a essa opção. “Eu julgo que essa avaliação o próprio Governo terá de fazer”, respondeu apenas.
A líder bloquista disse que o partido mantém a exigência que tem defendido: “cada trabalhador que deixou de ter rendimento ou perdeu rendimento de uma forma muito significativa com a crise pandémica deve ter acesso a um apoio no limiar na pobreza“.
Catarina Martins fez questão de sublinhar que “o Governo tem feito algumas aproximações ao Bloco de Esquerda” na correção dos apoios anunciados, mas continua com “regras e impedimentos burocráticos a que os apoios cheguem”.
A coordenadora do BE foi ainda confrontada com as declarações do ministro de Estado e das Finanças, João Leão, que em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios avisou o BE de que, caso se voltasse a afastar do processo negocial do Orçamento “só porque o país está em situação difícil”, então “deixaria de ser útil para o país e para a sua governação”.
“Útil para o país é ter medidas que respondem à vida das pessoas. O Governo já veio admitir que o seu Orçamento é insuficiente e não serve para responder à crise social“, respondeu.
O Bloco, garantiu Catarina Martins, não inventa nada e continua a dizer mesmo em relação à necessidade de apoios que cheguem às pessoas afetadas pela crise.
ZAP // Lusa