As mulheres do Partido Democrático Italiano (PD) estão indignadas com os seus líderes, por não ter sido incluída uma ministra na formação de centro-esquerda no novo Executivo.
O recém-formado Governo de Mario Draghi não teve em consideração o pedido para a formação de um Executivo paritário, formulado por algumas forças políticas, e tem apenas oito mulheres em 23 ministérios.
A conservadora Forza Italia tem duas ministras, Mara Cargagna (Coesão Sul e Territorial) e Maria Stella Gelimini (Autonomias e Assuntos Gerais), enquanto a única representante no Governo da Italia Viva é uma mulher, Elena Bonetti (Igualdade), e também a A Liga de extrema-direita tem Erika Stefani (Deficiência).
Os três ministros do PD escolhidos pelo economista para o seu gabinete são homens: Lorenzo Guerini (Defesa), Dario Franceschini (Cultura) e Andrea Orlando (Trabalho).
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O secretário-geral do PD, Nicola Zingaretti, escolheu mulheres apenas para os cargos de subsecretárias de estado ou vice-ministras, o que tem aumentado os protestos.
A Conferência Nacional de Mulheres Social-democratas vai reunir-se para analisar a situação.
A deputada do PD e ex-presidente da Câmara dos Deputados Laura Boldrini expressou o seu desacordo sobre possíveis nomeações para subsecretária de Estado. “Depois do ocorrido, alguns cargos de subsecretário não serão suficientes. Digo com clareza: o Partido Democrata deve acabar com a estrutura das correntes que elimina o protagonismo feminino e impede a renovação. Se não o fizer, acabará por perder a sua identidade progressista e a sua finalidade social”, explicou.
Mario Draghi foi empossado no sábado como primeiro-ministro de Itália pelo chefe de Estado, Sergio Mattarella, que o encarregou de formar Governo após a crise desencadeada no decurso da renúncia ao cargo de Giuseppe Conte em 26 de janeiro.
Draghi disse ter aceitado o convite do Presidente italiano, Sergio Mattarella, para assumir o cargo de primeiro-ministro de Itália, depois de ter garantido o apoio de quase todos os partidos representados no Parlamento.
O economista, de 73 anos, substitui Giuseppe Conte, que renunciou ao cargo depois de o partido Itália Viva, de Matteo Renzi, parceiro da coligação governamental, ter abandonado o Governo, deixando-o sem maioria no Parlamento.
Draghi vai ter de encontrar uma forma de investir de forma rápida e eficaz os 209 mil milhões de euros de fundos europeus do Plano de Recuperação contra os efeitos da crise económica, social e sanitária desencadeada pela pandemia de covid-19.
Mario Draghi estreia-se a 25 de fevereiro como primeiro-ministro perante os restantes chefes de Estado e de Governo da União Europeia, na cimeira virtual de dois dias convocada por Charles Michel para tratar da pandemia de covid-19 e questões relacionadas à política de defesa.
ZAP // Lusa