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Especialistas explicam porque é que os dinossauros (ainda) fascinam miúdos e graúdos

Alex Beynon / Flickr

Mais de 60 milhões de anos após a sua extinção, os dinossauros continuam a fascinar miúdos e graúdos. Especialistas explicaram à BBC porque é que estes animais pré-históricos continuam presentes nos dias que correm, vaticinando que o “amor” por estas criaturas aumentará com o passar do tempo.

Apesar de terem sido dizimados da face da Terra por um asteróide de grandes dimensões, os dinossauros continuam em “estado de graça”: continuam a maravilhar e alimentar o conhecimento e imaginação de crianças e adultos, exposições com os seus fósseis são as mais procuradas nos museus de História Natural e os filmes que protagonizam costumam ser sucessos de bilheteira, rendendo milhões de euros aos seus criadores.

Em declarações à emissora britânica BBC, especialistas apontam o “terror controlado” como um dos fatores que justificam o fascínio com estes répteis pré-históricos.

“Todos nós somos fascinados por vilões e os dinossauros foram os vilões da pré-história”, afirma o biólogo evolucionista Ben Garrod, que aproveita o interesse das crianças por estes animais para fazer com que se interessem por Ciência.

Laverne Antrobus, psicóloga infantil, recorda a “curiosa mistura de terror e excitação” que todos parecem sentir face à existência dos dinossauros. Estes animais, sustenta, apesar de assustadores, oferecem uma sensação de segurança: “Embora possamos sentir medo destes animais, sabemos que já não existem”.

“A brincar ou a ler sobre estes animais, dá para ter uma ideia sobre como era a vida antes, [no tempo dos dinossauros], e imaginar como seria viver nesta época (…) Podemos brincar com estas ideias sem a necessidade de vivenciá-las realmente”.

Sensação de autoridade

Muitas crianças não só sabem os nomes complicados destes animais de cor, como também conhecem os seus hábitos alimentares e acompanham a descoberta de novos fósseis.

De acordo com os psicólogos, este interesse em adquirir conhecimento sobre determinada área tão específica pode ajudar as crianças a desenvolver a capacidade de processar informação, a persistência e autoconfiança.

“De forma consciente ou inconsciente, pais e adultos contribuem para este mundo maravilhoso em que as crianças surgem como especialistas”, observa Antrobus, dando conta que, como os mais pequenos sabem muito sobre os dinossauros, acabam por ter a sensação de estar realmente a viver num “mundo adulto”.

“Estes são os primeiros momentos em que as crianças sentem a sua autoridade, e essa é uma sensação muito poderosa”, completa a especialista.

Antrobus refere ainda que sempre que apresenta uma caixa de brinquedos a um grupo de crianças, os dinossauros costumam ser os que chamam mais à atenção: “Não me surpreende que escolham os dinossauros. São enormes, têm uma forma desajeitada… Abrem portas para falar sobre muitas emoções, algumas das quais muito poderosas”.

De acordo com a BBC, o fascínio por estes animais desenvolve-se, por norma, entre os três e os seis anos de idade, acabando por desaparecer depois desta fase.

Garrod vaticina ainda que o interesse pelos dinossauros não deverá desvanecer com o tempo, tendo antes o efeito contrário à medida que novos fósseis são descobertos.

“Acredito que o nosso amor pelos dinossauros ficará cada vez maior“, afirma, acrescentando: “Quanto mais soubermos sobre [estes animais], quanto mais os entendermos, mais apaixonados vamos ficar”.

O paleontólogo Diego Pol, que, em 2012, descobriu vestígios fósseis de um gigante espécime de dinossauro – com a dimensão de três autocarros – na Argentina, partilha da mesma ideia: “É algo inato da natureza humana. Não é algo que desaparecerá facilmente”.

ZAP // BBC

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