Quando o coronavírus eclodiu em toda a Europa também realinhou o dia a dia das cidades. Muitos residentes em grandes centros urbanos optaram por se isolar em casas de campo ou por se deslocar para locais longe da confusão habitual. Agora, com a expectativa do fim da pandemia, é necessário voltar a fazer das grandes cidades maiores focos de interesse.
Regressar às rotinas pré-covid é o desejo de grande parte da população mundial, mas a pandemia já dura há tantos meses que há quem se tenha habituado às rotinas atuais, que em muitos casos incluíram a saída de grandes centros urbanos e a habituação a uma vida longe das confusões das grandes cidades.
A grande questão que se coloca é: como fazer com que a população volte às grandes metrópoles?
De acordo com arquitetos urbanistas e especialistas em design urbano, a mudança para que as cidades se tornem novamente apetecíveis deve começar por detetar problemas anteriores que se relacionam com habitação, transportes seguros e acesso a espaços verdes.
De uma forma mais ampla, as cidades deverão agora ter que atender a novos desejos de conexão com a natureza e “reconexão com a vida”, refere Philipp Rode, diretor executivo da LSE Cities, um centro de pesquisa da London School of Economics.
Neste sentido, já se nota que muitas cidades europeias estão a ter grandes preocupações nesta área. Segundo o NYT, muitas delas estão a introduzir novos recursos para dar opções de transporte a pedestres e bicicletas, bem como a investir no desenvolvimento de espaços verdes ampliados.
A cidade de Milão, duramente atingida pela primeira vaga do novo coronavírus, desenvolveu várias ciclovias e parklets em antigos estacionamentos nos últimos meses.
Também em Londres se iniciou o projeto Streetspace no ano passado, para que fossem criadas ciclovias temporárias e as zonas de pedestres fossem ampliadas, de modo a que os passageiros pudessem evitar o perigo de frequentar diariamente transportes públicos.
Ainda na Europa, Paris e Barcelona destacam-se por aplicarem medidas semelhantes.
Alterações como estas, que normalmente demorariam anos até serem concretizadas, estão a ser realizadas praticamente da noite para o dia, reforça o New York Times.
Léan Doody, que lidera a rede de cidades integradas e planeamento da Arup, está otimista com as mudanças e diz que embora a pandemia tenha destacado alguns dos problemas mais profundos da vida urbana, também é uma oportunidade de fazer algumas melhorias.
“Há uma oportunidade, à medida que a pandemia tem tendência a desaparecer, de introduzir novos comportamentos”, referiu, explicando que só assim haverá uma vontade de as pessoas regressarem às cidades, depois do êxodo dos últimos meses.
Efeito Donut
Quantificar com precisão quantas pessoas deixaram as cidades europeias é difícil porque a pandemia complicou a recolha de dados. Contudo, um estudo publicado no início deste mês estimou que milhares de pessoas deixaram Londres durante o ano passado, sendo que a maioria eram trabalhadores estrangeiros.
Vários cientistas sociais e economistas concordam que a pandemia apenas acelerou as mudanças já em andamento nas cidades, aprofundando o chamado efeito donut, no qual os preços altos empurram os residentes para a periferia e aumentam a tendência de trabalho remoto.
Contudo, as mudanças mais céleres têm chamado a atenção das autoridades urbanas, que estão cada vez mais preocupadas com queixas sobre barulho, poluição do ar, apartamentos apertados e alugueres muito altos.
Em Paris, que vinha a perder muitos moradores antes mesmo da pandemia, a presidente da Câmara, Anne Hidalgo, já tinha defendido a ideia da “cidade de 15 minutos” – que se resume numa visão de um futuro onde os bairros possuam todas as comodidades necessárias a poucos passos de casa.
A responsável pela cidade implementou medidas com o objetivo de reduzir o tráfego de automóveis no centro da cidade e promover mais espaços verdes.
Malcolm Smith, que trabalha na Arup, salientou num relatório recente que a pandemia já tinha aproximado as metrópoles da visão de uma “cidade de 15 minutos” e que atualmente há o potencial de ter menos tráfego, ar mais limpo e mais tempo com a família em aspetos mais permanentes da vida urbana.
“Isso mostrou a importância do desenvolvimento de cidades em módulos menores, com serviços essenciais concentrados em centros comunitários”, escreveu o especialista.
“No século XIX, a resposta à cólera em Londres trouxe uma grande infraestrutura: a rede de esgoto. Espero que a covid-19 traga muitas intervenções em menor escala, mas mais generalizadas”, rematou Smith.
Não voltem… reprovem o interior. É disso que o país precisa. Não de uma alface ainda maior.
Quem escreve sobre este tema deveria ver a floresta e não o dedo. Antes da pandemia, bastante antes, uma cidade pelo seu bem fazer foi premiada e citada como exemplo para copiar. É uma cidade não muito grande nem de grande renome como as citadas no artigo, é a cidade de Pontevedra na Galiza.
Desde organismos europeus até a ONU falam e premiam Pontevedra pelo seu bem fazer.
Melhor que Pontevedra é a Amadora.
E será que queremos que as pessoas voltem para os grandes centros urbanos onde qualidade de vida está apenas acessível a alguns?
Sendo o Homem um ser sociável, a sua convivência assume a caraterística de valor que o distingue;
Contudo, isso não implica, que o melhor processo evolutivo desague no acantonamento, desse mesmo homem, em cubos sobrepostos; isso só vai conduzi-lo ao desaparecimento.
Em todo o Homem existe um minúsculo ditador que carece ser monitorizado precocemente.
Estás bonito, estás.