Os resistentes tardígrados, também conhecidos como ursos de água, podem tornar-se numa das primeiras espécies interestelares conhecidas.
Uma equipa de especialistas em viagens interestelares escolheu futuros candidatos para a primeira viagem extra-solar e os tardígrados, seres extremófilos cuja capacidade de sobreviver a situações extremas é bem conhecida, constam na lista.
Outro candidato para embarcar numa nave espacial e visitar uma estrela próxima é um verme chamado nematóide Caenorhabditis elegans, detalha o Space.com, que frisa que estes organismos têm também uma capacidade incomum de resistência a ambientes difíceis.
“Estes são passageiros interestelares reais”, começa por explicar Philip Lubin, líder do programa Starlight da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, que está planear uma destas viagens.
“Estamos a desenvolver a capacidade de testar se a vida terrestre tal como conhecemos pode existir no Espaço interestelar, preparando pequenas formas de vida, C. elegans e tardígrados, resistentes à radiação (…) que são candidatos ideais para serem os nossos primeiros viajantes interestelares”, sustentou.
A equipa está neste momento a trabalhar numa forma que permita armazenar com segurança estes pequenos seres num estado conhecido como anidrobiose, para que, em certos momentos da viagem, possam ser “acordados” do processo de dormência e observados, antes de serem enviados de volta à estase, isto é, ao processo de estagnação.
Os cientistas esperam que a missão possa fornecer uma melhor compreensão sobre como sobreviver a estas jornadas e ajudar ainda a criar uma visão sobre a capacidade da vida em geral de se espalhar para outras estrelas.
O IFL Science observa que os ursos de água são um candidato óbvio para estas viagens, tendo em conta que podem viver até 10 mil milhões de anos e sobreviver a temperaturas de -273 a 150°C. Será, muito provavelmente, a última espécie a desaparecer da Terra.
