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NASA matou 27 macacos que estavam no seu centro de investigação num único dia

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ahunziker / Flickr

Os 27 macacos que estavam na posse da NASA, no seu centro de investigação na Califórnia, foram mortos num único dia no ano passado.

De acordo com o jornal The Guardian, que teve acesso a alguns documentos, um total de 27 primatas foram eutanasiados, a 2 de fevereiro de 2019, no centro de investigação da NASA em Silicon Valley, na Califórnia.

Os macacos já tinham uma certa idade e 21 deles tinham Parkinson, mostram os documentos obtidos pelo jornal britânico. Mesmo assim, a decisão de matar os animais, em vez de os transferir para um santuário, está a ser condenada por ativistas que defendem os direitos dos animais.

Os primatas “estavam a sofrer as privações e frustrações etológicas inerentes à vida de laboratório”, declarou John Gluck, especialista em ética animal da Universidade do Novo México.

Gluck estranhou ainda o facto de os macacos “aparentemente não terem sido considerados merecedores de uma oportunidade para viver num santuário”. “Nem mesmo uma tentativa? Eliminação em vez de uma expressão de simples decência. Que vergonha para os responsáveis”, criticou.

Kathleen Rice, representante da Câmara dos Representantes, já escreveu a Jim Bridenstine, administrador da NASA, para exigir uma explicação sobre estas mortes.

“Aguardo uma explicação do administrador Bridenstine sobre a razão para estes animais terem sido forçados a definhar em cativeiro e serem eutanasiados em vez de viverem as suas vidas num santuário”, disse a democrata ao The Guardian.

A agência espacial norte-americana tem já uma longa associação com primatas. No ano de 1961, Ham, um chimpanzé, recebeu treino diário antes de se tornar o primeiro grande símio a ser enviado ao Espaço, tendo cumprido com sucesso a sua curta missão antes de mergulhar com segurança no oceano.

Porém, destaca o diário inglês, estes 27 macacos não foram usados em qualquer missão espacial ou mesmo para investigação, tendo ficado alojados nas instalações da NASA numa parceria com a LifeSource BioMedical, outra entidade que faz investigações para medicamentos e que aluga o espaço no centro.

Stephanie Solis, chefe executiva desta entidade, explicou que os primatas foram dados ao laboratório “há vários anos”, depois de não ter sido encontrado um santuário onde pudessem ficar devido à idade e aos problemas de saúde.

“Concordámos em aceitar os animais, funcionando como um santuário e fornecendo todos os cuidados às nossas próprias custas, até que a idade avançada deles e o declínio do seu estado de saúde resultou na decisão de os eutanasiar para evitar que tivessem uma má qualidade de vida.”

A responsável garantiu que os animais não foram usados como cobaias em nenhuma investigação e que tiveram “uma boa qualidade de vida” nos dias que lhes restaram.

Filipa Mesquita, ZAP //

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