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Costa avisa Boris que não é altura de partir os 27. O acordo tem de ser fechado com Bruxelas

Patrick Seeger / EPA

O primeiro-ministro português quer evitar que o divórcio do Reino Unido com a União Europeia parta os 27. Boris Johnson sugeriu falar com algumas capitais para ultrapassar o impasse nas negociações do acordo, mas António Costa rejeita o cenário e sublinha que o acordo comercial é para ser fechado com Bruxelas.

Esta segunda-feira, em entrevista a um grupo de correspondentes em Bruxelas, de que o semanário Expresso faz parte, António Costa afirmou que “a chave para o êxito desta negociação é a capacidade de nos mostrarmos unidos, de evitar qualquer negociação bilateral, mantendo uma só negociação conduzida pela Comissão Europeia”.

As negociações técnicas arrastam-se há meses e, este domingo, o último dia não o foi: a concorrência, a pesca e a disputa de conflitos continuaram a impedir um acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia, pelo que as conversações vão continuar nos próximos dias.

Mesmo assim, e sabendo que o relógio não pára, o primeiro-ministro português mantém a esperança de que a união entre os Estados-membros seja mantida até ao fim.

De acordo com o semanário, António Costa entende que “não é altura de mudar de método” nem de “abrir novas portas” para encontrar uma solução. Para que o divórcio seja consumado e o no deal seja evitado, é preciso “chegar a acordo e concluir o que foi feito até agora”.

O tempo não é infinito e o prazo termina às 24 horas do dia 31 de dezembro. Até lá, Costa acredita que há tempo e “vontade” para chegar a um “bom acordo”. “Sou sobretudo realista. Se não houvesse vontade, se não houvesse oportunidade, certamente que a UE e o Reino Unido teriam fechado as portas à negociação”, disse, citado pelo Expresso.

Em relação a Portugal, António Costa fecha-se em copas e recusa dizer o que seria ou não aceitável, por acreditar que o bem comum se sobrepõe. Em vez disso, sublinhou que “não ajudará a fechar um bom acordo se cada chefe de Estado e de Governo começar a dar a sua própria opinião e a visão nacional sobre a negociação“.

O no deal é o pior cenário para o governante português. Sem acordo, os controlos aduaneiros regressam e as relações comerciais passam a ser feitas com base nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), ou seja, com quotas e tarifas.

Liliana Malainho, ZAP //

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