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Benfica 2-1 Paços | Barão Vermelho decide nas alturas

Caído do céu. O Benfica arrancou três pontos no último lance da recepção ao Paços de Ferreira.

Os visitantes marcaram primeiro, as “águias” só empataram no segundo tempo e, quando já todos se conformavam com a igualdade a uma bola, Luca Waldschmidt cabeceou com êxito e deu a vitória aos comandados de Jorge Jesus, que assim asseguram o segundo posto, agora a apenas dois pontos do líder Sporting, que no sábado empatou 2-2 em Famalicão.

Quanto ao Paços, uma palavra para a grande exibição dos “castores”, a defender, a construir, a atacar, traída apenas por aquele cabeceamento final.

 

O jogo explicado em números

  • Jorge Jesus procedeu a algumas alterações na equipa em relação à que bateu o Lech Poznan na quinta-feira, em especial no meio-campo, onde Julien Weigl e Adel Taarabt assumiram a titularidade, saindo Gabriel e Chiquinho. Álex Grimaldo, que deveria ser titular, apresentou queixas pouco antes do jogo e foi substituído por Nuno Tavares.
  • Cinco minutos e grande ocasião para o Benfica, com Rafa Silva e Darwin a isolarem-se e o uruguaio a rematar para grande defesa do guardião Jordi. E aos 14 foi a vez de Vlachodimos brilhar, a negar com uma defesa por instinto um cabeceamento de Douglas Tanque à queima-roupa, após bom trabalho de Luther Singh na direita.
  • No primeiro quarto-de-hora o Benfica mostrava-se dominador, com 67% de posse de bola e muita qualidade no passe (87% de eficácia), mas era o Paços a criar mais lances de perigo, registando três remates, dois deles enquadrados, contra um disparo apenas das “águias”, o tal que Jordi negou a Darwin.
  • Aos 19 minutos, Darwin recuperou uma bola em zona perigosa e serviu Pizzi. O médio “encarnado”, sem oposição e em zona frontal, à entrada da área, tentou colocar tanto a bola que esta raspou o poste esquerdo. Uma grande ocasião numa fase muito interessante do jogo. Cheirava a golo numa das balizas, e este aconteceu aos 24 minutos, e que golo!
  • A defesa do Benfica tentou afastar a bola num canto, esta sobrou para Oleg Reabciuk e este, com um pontapé fulminante, de primeira, abriu o activo. E logo a seguir, Douglas Tanque atirou por cima, na grande área, quando tinha tido para marcar. Os pacenses estavam por cima no jogo e a justificar em pleno a vantagem.
  • À meia-hora os visitantes continuavam a dominar os momentos ofensivos, com seis remates, três enquadrados, contra três (um com boa direcção) dos benfiquistas, que continuavam a ter mais bola (66%), mas sem grandes soluções para furar a defesa contrária. O Paços recuava e avançava em bloco e superiorizava-se nos diversos momentos, mas não conseguiu travar uma bela jogada aos 42 minutos, com Rafa, em zona frontal, a obrigar Jordi a mais uma grande defesa.
  • Surpresa na Luz ao descanso. O Paços chegou a meio da partida na frente, graças a um grande golo de Oleg e a uma exibição personalizada nos primeiros 35 minutos, durante os quais pode não ter tido mais bola, mas foi mais objectivo e perigoso nos lances ofensivos.
  • Até ao intervalo o Benfica conseguiu criar diversos lances de perigo e equilibrou os números de remates, terminando ambas as formações com oito disparos, mas o Paços com mais um enquadrado, que foi fazendo a diferença, apesar do equilíbrio nos expected goals (xG). O melhor em campo nesta fase era Oleg, o marcador do golo, com um GoalPoint Rating de 6.7, dois remates enquadrados e três desarmes.
  • O segundo tempo trouxe a mesma tendência no jogo, mais Benfica, Paços a subir bem no terreno, mas com uma diferença fundamental: as “águias” marcaram. Aos 58 minutos, Rafa Silva progrediu, passou a Gilberto e este devolveu ao extremo português na grande área. Rafa rematou na passada para o 1-1 no primeiro remate benfiquista na etapa complementar.
  • O jogo estava relançado, dando a ideia que a surgirem golos poderiam acontecer em qualquer uma das balizas. O Benfica mantinha-se por cima na posse (63% no segundo tempo), o Paços continuava mais rematador (12 disparos contra dez, 4-3 em enquadrados), e Rafa começava a destacar-se dos demais, em especial no drible, com dez tentativas, seis com sucesso, três no último terço.
  • Seferovic, entrado no arranque do segundo tempo, perdeu um golo feito na grande área, apenas com Jordi pela frente, ao atirar ao lado aos 70 minutos, após um excelente passe de Gilberto. E a seguir foi Darwin, com um forte pontapé de fora da área, a acertar na barra. O Benfica estava agora mais perigoso e chegava, nesta altura, aos 12 remates e às 26 acções com bola na área do Paços, que respondia com dez.
  • Aos poucos as duas equipas foram perdendo frescura física, o jogo partiu os os lances de ataque surgiam dos dois lados, mas sem a clarividência necessária. A definição dos lances, no passe e na finalização, já não era a melhor e o empate era o mais lógico… mas nos últimos segundos, o golo.
  • Gabriel arrancou cruzamento e Luca Waldschmidt, nas alturas, desviou a bola de Jordi e fez o 2-1 para as “águias”, no derradeiro lance da partida. Três pontos arrancados a ferros perante um Paços que mostrou o porquê de ter entrado para esta jornada no quinto lugar.

José Sena Goulão / Lusa

O melhor em campo GoalPoint

Tem sido sempre assim nos últimos tempos. Rafa Silva é a voz de comando no momento de lutar contra as adversidades e é invariavelmente o mais inconformado. Corre para recuperar a bola, pressiona, é o primeiro a dar intensidade ao jogo e marca golos. Foi dele o tento do empate e esteve nos melhores lances, tendo sido o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.4. O golo foi o mais relevante, mas não é de relevar os três passes para finalização, as sete acções com bola na área contrária e, acima de tudo, os seis dribles completos em dez tentativas, três deles no último terço.

 

Jogadores em foco

  • Oleg Reabciuk 7.4 – O pacense ficou a apenas uma centésima de Rafa. Extraordinário o golo que marcou, num pontapé de fora da área, forte e colocado. O moldavo enquadrou os seus dois disparos, fez oito recuperações de posse, quatro desarmes e três intercepções.
  • Gilberto 7.2 – A melhor exibição do brasileiro desde que chegou ao Benfica, em especial nos momentos ofensivos. A assistência para o golo de Rafa saiu dos pés de Gilberto, que terminou com duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização, mas também cinco passes ofensivos valiosos, três desarmes e outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário.
  • Maracás 6.9 – Extraordinário o trabalho defensivo do brasileiro, que terminou o jogo com 15 acções defensivas – entre elas dois desarmes, cinco intercepções e outros tantos alívios. E ainda ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou.
  • Luca Waldschmidt 6.4 – A figura do encontro, pelo golo decisivo que marcou e na altura em que aconteceu. O alemão completou 14 de 15 passes e somou cinco acções com bola na área contrária.
  • Bruno Costa 6.4 – Grande trabalho defensivo do médio, importante a desmontar a construção benfiquista no meio-campo do Paços. Os cinco desarmes que realizou foram o máximo da partida (a par de Fernando Fonseca), e quando subiu fez dois passes para finalização.
  • Darwin Núñez 6.0 – Desta feita o uruguaio não marcou ou assistiu. Esteve muito activo, enérgico, movimentou-se bem na frente de ataque, mas demorou a definir alguns lances. Ainda assim criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização, somou seis acções com bola na área contrária, rematou com estrondo à barra e completou três de seis tentativas de drible. Do lado negativo uma ocasião flagrante desperdiçada.

 

Resumo

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