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Trump não desiste. Presidente apela a uma reversão dos resultados eleitorais, mas Biden já faz planos para janeiro

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O Presidente cessante dos Estados Unidos continua a apelar aos apoiantes para tentarem a todo o custo reverter o resultado das presidenciais, apesar da transição seguir o seu processo.

Apesar de já estar em marcha o processo de transição para a administração do futuro presidente, Joe Biden, o presidente cessante apela aos seus apoiantes para que tentem reverter os resultados eleitorais. “Foi uma votação fraudulenta”, apregoou Trump, enquanto discursava, através de videoconferência, diante de vários senadores republicanos, durante a Assembleia Local da Pensilvânia.

Este estado, predominantemente republicano e um dos de maior peso no Colégio Eleitoral, certificou na terça-feira a vitória do candidato democrata e agora Presidente eleito Joe Biden.

A certificação dos resultados, na ótica de Trump, apenas cimenta a fraude eleitoral perpetrada pelos democratas e, por isso, é necessário “reverter esta eleição”. Contudo, aos poucos, o ainda chefe de Estado norte-americano vai ficando mais isolado nas acusações infundadas de tentativa de adulteração do resultado das presidenciais.

A transição entre administrações estava a ser bloqueada pelo atual executivo, que sustentava a decisão na crença infundada de que o resultado das presidenciais era fraudulento.

“No melhor interesse do nosso país, recomendei a Emily (Murphy, responsável da Administração dos Serviços Gerais dos EUA) e à sua equipa para fazerem o que tem de ser feito em relação aos protocolos inicias (de transição de administrações), e disse à minha equipa para fazer o mesmo”, escreveu Trump na rede social Twitter, ao final da noite de segunda-feira.

Contudo, o ainda chefe de Estado norte-americano não admitiu a derrota nas presidenciais e considerou, no mesmo ‘tweet’ que o ainda há hipóteses de reverter os resultados eleitorais.

À medida que vários estados, principalmente aqueles que Biden conseguiu “virar” e que são de grande peso dentro do Colégio Eleitoral, como, por exemplo, a Geórgia e a Pensilvânia, anunciavam a vitória do democrata, a candidatura de Trump intensificava as alegações nunca comprovadas de fraude eleitoral.

Porém, e no meio de toda esta turbulência causada pela administração do ainda presidente, Biden já começa a traçar planos para o futuro.

O Presidente eleito dos Estados Unidos aproveitou o discurso que assinala o Dia de Ação de Graças (que se celebra nos Estados Unidos hoje) para promover novamente a união entre os americanos num período pós-eleitoral controverso.

Falando a partir de Wilmington, no estado do Delaware, Biden afirmou que os americanos devem preocupar-se em lutar contra a pandemia juntos, e não em continuar a contestar as eleições.

“Temos de nos lembrar que estamos em guerra com o vírus, não entre nós. Estamos nisto juntos”, disse Biden, que toma posse no dia 20 de Janeiro.

Biden aproveitou ainda para prometer que, quando tomar posse, o plano de vacinação para a covid-19 será concretizado com paciência e sem pressões políticas para acelerar o processo. Além disso, disse que as primeiras vacinas devem ser administradas entre o final de Dezembro e o início de Janeiro.

Para além de relevar as questões de saúde pública, houve ainda tempo para  política internacional.

O democrata manifestou preocupação com o Brexit, nomeadamente a questão das fronteiras, um processo cujas negociações ainda decorrem entre a União Europeia e o Reino Unido.

O futuro presidente afirmou também que é contra uma “fronteira vigiada” na Irlanda, ou seja não defende o regresso a uma fronteira rígida (hard border) entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte.

“A ideia de fechar novamente a fronteira a norte e a sul não está correta. Temos de manter a fronteira aberta”, defendeu em declarações aos jornalistas.

ZAP //

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