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“Quase em esgotamento de recursos”. Hospitais do Norte podem colapsar esta semana

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Caroline Blumberg / EPA

Os diretores de Medicina Intensiva do Hospital de São João e do Hospital de Santa Maria alertam que os hospitais podem entrar em colapso ainda esta semana.

O diretor de Medicina Intensiva do Hospital de São João, no Porto, José Artur Paiva, alertou, em declarações ao Jornal de Notícias, que “se nada ocorrer”, os hospitais da Administração Regional do Norte podem esgotar a capacidade de resposta nos cuidados intensivos dentro de cinco dias.

Segundo o JN, as unidades de cuidados intensivos dos hospitais da Região Norte do país estão com uma taxa de ocupação de 91%, enquanto a média do país está nos 86%. Se os números continuarem a aumentar, deixará de haver capacidade de resposta dentro de cinco dias.

“Estamos numa zona que preocupa e, se nada ocorrer, em cinco dias a totalidade das camas de Medicina Intensiva destinada a covid-19 na ARS Norte ficará esgotada”, disse José Artur Paiva.

O diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, admitiu que estão “quase em esgotamento de recursos”.

O Hospital São José, em Lisboa, recebeu quatro doentes com covid-19 da região Norte que necessitam de ECMO, um dispositivo de circulação extracorporal essencial ao tratamento de doentes críticos, avançou este sábado à agência Lusa instituição. Na sexta-feira, recebeu doentes dos hospitais de Penafiel, Pedro Hispano, em Matosinhos, e de Bragança e este sábado recebeu um doente do Hospital de Guimarães.

Ambos os diretores negaram que os hospitais estejam a selecionar doentes por falta de capacidade de resposta.

Salvador de Mello: Há centenas de camas no privado

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Salvador de Mello, presidente do Health Cluster Portugal e presidente do conselho de administração do grupo CUF, assegurou que há “centenas de camas” disponíveis para receber doentes covid-19 no setor privado.

Salvador de Mello alertou ainda para que haja uma gestão de expetativas quanto a uma vacina contra a covid-19, apontando que “pode ainda demorar”.

Neste momento, “já são mais de 100 o contributo do privado em internamento”, no que diz respeito às camas, e existe “disponibilidade para fazer crescer esse número”.

Quanto aos doentes não covid, existem também “protocolos a serem assinados” para reforçar o contributo do privado na resposta, assegura.

Salvador de Mello pediu união entre todos no combate à pandemia, defendendo que o governo está a fazer o que “lhe compete”. “Em vez de atirarmos pedras uns aos outros, estejamos cada vez mais unidos para ultrapassar a situação que estamos a viver”.

Surto de dez infetados no Centro Hospitalar do Oeste

O conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste anunciou este domingo a “existência de um surto de covid-19”, com dez infetados, entre funcionários e doentes, número que pode subir, pois faltam os resultados dos restantes testados.

Segundo a nota assinada pela presidente do conselho de administração, Elsa Baião, o primeiro caso foi detetado na sexta-feira, depois do resultado positivo de um doente internado, que tinha testado negativo anteriormente.

O Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais de Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, testou todos funcionários e todos os pacientes dos serviços envolvidos.

Elsa Baião disse que o surto começou no serviço de Medicina do Hospital de Caldas da Rainha, mas como alguns doentes foram transferidos para as outras unidades do centro hospitalar (desconhecendo-se a infeção pelo novo coronavírus) o SARS-CoV-2 foi também detetado, pelo menos, numa das outras unidades.

A presidente do conselho de administração revelou ainda que mais pessoas poderão vir a ser testadas. “É preciso deixar passar o período de janela para não arriscarmos termos falsos negativos. Entre os doentes infetados não há nenhuma situação de gravidade clínica”, explicou.

Seis profissionais relacionados com este surto estão em isolamento profilático e os pacientes internados permanecem isolados.

Nisa contesta números de relatório da unidade local

O município de Nisa, em Portalegre, contestou os números do relatório diário apresentado pela Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano em relação à pandemia da covid-19 no concelho, alertado que a situação “é bem mais grave”.

Numa nota publicada na sua página na rede social Facebook, o município de Nisa, liderado pela socialista Idalina Trindade, considera que o relatório epidemiológico da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) publicado “não corresponde” à realidade.

“Existe a plena consciência da realidade que infelizmente afeta o concelho, a qual não corresponde à real situação sanitária covid retratada no boletim diário, pois a realidade é bem mais grave”, lê-se na nota.

A Câmara de Nisa lamenta o “destempo” da informação, garantindo que está a tomar medidas para “mitigar” a situação epidemiológica. “No entanto são os dados oficiais reportados pela entidade de saúde distrital, lamentando-se o destempo da informação transferida”, lê-se.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. alguem não está a dizer a verdade!
    o estado diz que esta controlado, os militares dizer ter um programa informatico que indica que está controlado e não precisam de mais camas, os medicos dizem que os hospitais estão caoticos.
    a ver se se entendem!
    os hospitais sempre estiveram caoticos especialmente no inverno com as gripes não é de agora.
    será que o problema é não estarem a pagar o que os profissionais dizem que merecem?

    • É isso mesmo o problema são os profissionais de saúde, esses preguiçosos que só querem é dinheiro…. Afinal descobriu a solução, umas chicotadas nessa gente e pô-los a pão e agua e assim o cenário melhora e já começam a dizer que a espaço para todos. Enfim…. de facto é mais fácil não querer ver e mantermo-nos na ignorância.

  2. Já oiço estes comentários alarmantes de falta de recursos há semanas, senão há meses, no entanto ainda nada colapsou e tem havido vagas para todos.
    Faz lembrar aquela expressão de eles falam, falam, falam e não os vejo a fazer nada e depois fico chateado…
    Essa história já satura, não há pachorra.

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