Uma equipa de cientistas da NASA identificou uma estranha e rara molécula na atmosfera de Titã, o maior satélite natural de Saturno.
Em comunicado, os cientistas detalham que em causa está a molécula de ciclopropenilideno ou C3H2, que nunca antes foi detetada em qualquer outra atmosfera.
De acordo com os cientistas, citados pela agência espanhola Europa Press, esta molécula simples baseada em carbono pode ser um percurso de compostos mais complexos que podem vir a formar ou alimentar possíveis formas de vida em Titã.
A equipa encontrou a molécula, que é composta por carbono e hidrogénio, enquanto analisava assinaturas de luz recolhidas pelo telescópio espacial ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter), localizado no Chile.
Os dados revelaram a composição química da atmosfera de Titã através da energia que as suas moléculas emitiram ou absorveram.
“Quando percebi que estava a olhar para o ciclopropenilideno, a primeira coisa que pensei foi, bem, ‘isto é realmente inesperado’“, disse Conor Nixon, um cientista planetário do Goddard Space Flight Center da NASA, que liderou a investigação, citado em comunicado.
O ciclopropenilideno, que os cientistas da NASA descrevem mesmo como uma “pequena molécula muito estranha, não tende a demorar muito em condições atmosféricas, porque reage de forma fácil e rápida com outras moléculas, formando outros compostos.
“É uma pequena molécula muito estranha, não é daquelas abordados no ensino secundário, nem mesmo num curso superior em Química. Não é nada que se vá encontrar na Terra”, disse Michael Malaska, cientista do Jet Propulsion Laboratory da NASA.
Ainda assim, é extremamente importante encontrar este tipo de moléculas para conseguir criar uma visão geral de Titã: “Cada pequena peça é parte do que podemos descobrir e pode ajudar-nos a completar o enorme quebra-cabeças das coisas que acontecem lá”.
Os resultados da investigação foram publicados na revista The Astronomical Journal.