Sarkozy acusado de “associação criminosa”. Investigação sobre ligações à Líbia continua

Moritz Hager / swiss-image.ch / World Economic Forum

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy

Nicolas Sarkozy, o antigo Presidente francês, está a ser acusado de “associação criminosa” como parte de uma investigação sobre o financiamento da sua campanha presidencial de 2007, particularmente acerca dos seus alegados vínculos com o governo do então ditador líbio Moammar Gaddafi.

Embora Sarkozy tenha sido acusado de corrupção e desvio de fundos da Líbia em 2018, a nova acusação é a mais séria enfrentada por um ex-chefe de estado na história da Quinta República da França, o sistema de governo estabelecido em 1958.

Mas Sarkozy negou qualquer irregularidade: “Fiquei a saber desta nova acusação com grande estupefação.” “Os franceses devem saber que sou inocente daquilo que me acusam. Eu sei que a verdade vai triunfar, eventualmente”, disse citado em comunicado.

As acusações das supostas ligações com a Líbia atrapalharam a gestão de Sarkozy no governo e assombram-no desde que deixou a presidência, após um mandato em 2012.

De acordo com o The Washington Post, a acusação de “associação criminosa” dá uma nova vida às alegações de que Sarkozy conseguiu, ilegalmente, milhões de dólares em dinheiro do regime de Gaddafi para financiar a sua candidatura presidencial em 2007.

Além disso, as acusações levantam novas questões sobre os motivos de Sarkozy quando, em 2011, orquestrou a operação da NATO contra o governo de Gaddafi – que foi derrubado naquele ano, com o ditador a ser capturado e morto por combatentes da oposição.

A investigação sobre as negociações de Sarkozy começou na sequência de uma investigação do canal francês Mediapart em 2012 e, apesar dessa investigação continuar, o ex-presidente será julgado no final de novembro por acusações de corrupção.

Sarkozy será, ainda, julgado em março e abril de 2021 pelo financiamento ilegal de campanha e continua a ser acusado de, juntamente com o seu advogado, tentar obter informações confidenciais de um juiz francês

ZAP //

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