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Cessar-fogo violado. Forças de Nagorno-Karabakh e exército do Azerbaijão em confrontos

Aziz Karimov / EPA

As forças separatistas arménias de Nagorno Karabakh e do exército do Azerbaijão entraram em confrontos esta manhã, violando mais uma vez o acordo de cessar-fogo humanitário, que entrou em vigor no sábado.

Em Stepanakert, a capital separatista, um jornalista da agência de notícias AFP ouviu hoje pela manhã o som da artilharia, proveniente do sudoeste da auto proclamada República. Outros repórteres da AFP no Azerbaijão ouviram também a artilharia no distrito de Terter, localizado no nordeste de Karabakh.

As duas partes voltaram a acusar-se mutuamente dos ataques e da quebra do cessar-fogo, reivindicando ainda a vitória no campo de batalha.

O Ministério da Defesa do Azerbaijão publicou na rede social Twitter que as forças separatistas estavam a bombardear os distritos de Goranboy, Terter e Agdam, tendo entretanto acabado por recuar para a região de Hadrut. Por outro lado, o centro de informações do Governo arménio garantiu que o exército do Azerbaijão foi repelido e que sofrera “grandes perdas de vidas e equipamentos militares”.

A Arménia e o Azerbaijão acordaram um cessar-fogo humanitário na noite de sexta-feira, que entrou em vigor no sábado, para encerrar quase duas semanas de combates em torno do enclave separatista de Nagorno-Karabakh. A trégua humanitária foi estabelecida para permitir a troca de prisioneiros e de mortos, mas nunca foi respeitada.

O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh – povoado principalmente por arménios – solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 25.000 mortes.

No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controlo de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam “faixa de segurança”.

O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.

ZAP // Lusa

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