Os registos policiais da investigação da morte de Breonna Taylor pela polícia de Louisville (EUA), em março, revelam contactos entre a vítima e um ex-namorado suspeito de tráfico de droga, noticiou esta quinta-feira a Associated Press.
A relação da vítima com o suspeito levou os investigadores do departamento de narcóticos a casa de Breonna Taylor, na execução de um mandado que resultou na morte da afro-americana, baleada pelos agentes da polícia, mas não é claro nos registos quando terão terminado os contactos entre ambos.
Numa conversa gravada na prisão, no dia da morte de Breonna Taylor, o seu ex-namorado Jamarcus Glover disse que os dois não se “encontravam” há mais de dois meses, mas outras provas divulgadas sugerem que ambos estiveram juntos num veículo em fevereiro.
Breonna Taylor, uma técnica de emergência médica de 26 anos e estudante de enfermagem, foi baleada múltiplas vezes em 13 de março, depois de ser acordada pela polícia à porta de sua casa, na execução de um mandado aprovado como parte de uma investigação na qual o seu ex-namorado é suspeito.
Não foram encontradas quaisquer drogas no interior da sua habitação, mas o namorado de Breonna Taylor no momento dos acontecimentos, Kenneth Walker, disparou uma vez depois de a polícia arrombar a porta.
Os detalhes sobre a confusão que se instalou durante o raide das autoridades policiais, que resultou na morte da mulher negra, de 26 anos, foram revelados em 15 horas de gravações de áudio divulgadas na sexta-feira.
As gravações incluíam testemunhos e interrogatórios apresentados no mês passado ao grande júri do Kentucky, que decidiu não acusar nenhum agente da polícia de Louisville pela morte de Taylor.
O nome de Taylor foi associado à investigação de tráfico de drogas, em parte, porque a vítima pagou algumas fianças de valores até 5.000 dólares a Glover e a outro suspeito, Darreal Forest, entre 2017 e janeiro de 2020, de acordo com os registos policiais divulgados.
A morte de Breonna Taylor foi um dos vários casos de alegada brutalidade policial e racismo sistémico nos Estados Unidos que espoletaram violentos protestos em todo o país.
Outro caso mediático foi o da morte de George Floyd, que morreu no momento da detenção, em 25 de maio, em Minneapolis, asfixiado pelo joelho de um agente da polícia que pressionava o seu pescoço indiferente às queixas do suspeito que dizia que não conseguia respirar.
O principal acusado da morte do afro-americano, o ex-agente Derek Chauvin, saiu na quarta-feira da prisão em liberdade condicional depois de pagar uma fiança de um milhão de dólares (cerca de 800 mil euros).
// Lusa