No Egito, a polícia e a agência nacional de segurança estão alegadamente a tomar partido das redes sociais para prender pessoas LGBTQ, fazer falsas acusações e detê-las indefinidamente enquanto estas são sujeitas a abusos físicos, violações e negligência médica.
De acordo com a Newsweek, um novo relatório da organização não governamental internacional Human Rights Watch (HRW) inclui depoimentos de 15 pessoas presas entre 2017 e 2020 por acusações vagas, incluindo “libertinagem” e “prostituição”.
Em alguns casos, a polícia usa o Facebook, o WhatsApp e a rede social gay Grindr para marcar encontros com pessoas que suspeitam pertencer à comunidade LGBTQ. É neste encontros que as pessoas são detidas alegadamente sem fundamento. Várias pessoas detidas disseram que a polícia colocou imagens pornográficas nos seus telemóveis na tentativa de fazê-los parecer culpados de obscenidade.
As pessoas que prestaram depoimentos à HRW disseram ter sido mantidas em condições sanitárias deficientes e que, durante este tempo, eram insultadas e agredidas por agentes. Oito dos 15 detidos disseram ter sido submetidos a violência sexual e que lhes foram negados cuidados médicos.
Um deles confessa que a polícia algemou as suas mãos aos pés e deixou-o sozinho numa cela durante três dias, durante os quais defecou repetidamente nas suas próprias roupas. Salim, pseudónimo do jovem de 25 anos, argumenta que a polícia não lhe informou quais eram as acusações pelas quais estava detido.
A homossexualidade continua a ser um problema muito grave na sociedade egípcia. Muitos dos presos foram rejeitados pelas próprias famílias após a detenção, relata a Newsweek. Para piorar a situação, as oportunidades de emprego são escassas, impedindo que este membros da comunidade LGBTQ ganhem dinheiro suficiente para poderem abandonar o país.
Se as acusações do relatório da HRW forem verdadeiras, o Egito estaria a incorrer contra a sua própria Constituição. Adicionalmente, estas ações também violariam vários tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Egito é um dos signatários.
Os ativistas ocidentais estão demasiado distraídos para se preocuparem com a perseguição dos LGBT nos países muçulmanos.
Aliás, a esquerda radical revela uma complacência quase infinita para com o Islão — doutrina que, paradoxalmente, está nos antípodas daquilo que a esquerda radical tradicionalmente defendeu