O primeiro-ministro, António Costa, voltou a frisar neste domingo, um dos piores dias desde que a pandemia começou a alastrar em Portugal, que o país não pode confinar nem voltar ao confinamento realizado em março.
Portugal ultrapassou este domingo os 2.000 óbitos associados à covid-19 desde o início da pandemia, totalizando 2.005 mortes, mais 10 relativamente a sábado, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Nas últimas 24 horas, Portugal contabilizou mais 904 casos de infeção com o novo coronavírus SARS-Cov-2, somando 79.151 casos, referem os dados da DGS, segundo os quais há atualmente 26.939 casos ativos, mais 532 que no sábado.
A DGS indica que das 10 mortes registadas, a maioria (8) ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde também se verifica o maior número de infeções, e dois na região Norte.
Tal como escreve o jornal Público, este foi o pior fim-de-semana da pandemia relativamente a novos casos, com um total de 1867 casos de infeção.
Até agora, o pior fim-de-semana da pandemia em Portugal tinha sido nos dias 28 e 29 de março, quando foram registados 1694 novos casos em dois dias.
“Entre os dias 28 de setembro e este domingo, foram registados em média 792 casos por dia, sendo que esta semana teve a segunda maior média diária de novos casos desde meados de abril”, escreve ainda o matutino.
“Estamos a ter, como é sabido desde meados de agosto, uma subida constante, em linha com outros países europeus, das infeções (…) Felizmente, hoje estão a ter menor gravidade do que tinham no início da crise, mas que não permitem a ninguém aliviar os cuidados que todos devemos ter”, disse o primeiro-ministro em declarações às televisões, à entrada para o concerto de Pedro Abrunhosa, em São Domingos de Benfica, Lisboa.
“Não podemos recorrer, como fizemos em março, a confinamentos e à paralisação do país outra vez (…) o rendimento das famílias, os empregos e as empresas não aguentariam isso de novo”, disse, falando na necessidade de “grande disciplina”.
“Agora estamos exclusivamente nas nossas próprias mãos e na forma como cumprimos as regras básicas. Se cumprirmos todas, vamos controlando a pandemia. Se não cumprirmos, temos situações dramáticas como alguns estão a viver”.