Funcionária desviou meio milhão de euros de escola pública (e ninguém desconfiou de nada)

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Uma assistente técnica de uma Escola de Ermesinde, em Valongo, no distrito do Porto, está a ser investigada por suspeitas de que se apropriou de meio milhão de euros desviando valores dos salários dos professores. E ninguém desconfiou de nada.

O caso ocorreu no Agrupamento de Escolas de São Lourenço, em Ermesinde, Valongo, e é reportado pelo Jornal de Notícias (JN).

A funcionária que trabalhava na secretaria do Agrupamento terá, alegadamente, desviado cerca de meio milhão de euros respeitantes aos descontos para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) e para o Fisco dos salários dos professores.

O caso terá sido descoberto em Dezembro de 2019, mas só depois de uma auditoria da Inspecção Geral da Educação e Ciência (IGEC).

A funcionária terá tirado partido do facto de possuir uma palavra-chave que não devia para proceder aos alegados desvios.

Ela era responsável pelo processamento dos salários dos funcionários das escolas do Agrupamento, designadamente dos professores. Desse modo, tinha também que passar os descontos devidos para a CGA e para o Fisco.

Mas, ao longo de um período ainda não determinado, a assistente técnica terá utilizado uma palavra-chave que não devia ter para “validar todas as operações da conta bancária da escola”, como relata o JN.

Assim, ela terá desviado o dinheiro para contas bancárias pessoais.

O esquema funcionaria de forma irregular – nalguns meses, ela faria os descontos como devido -, para não levantar desconfianças.

“O director do Agrupamento de Escolas de Valongo fez uma participação-crime junto do Ministério Público, na sequência da detecção pela IGEC de infracções com relevância disciplinar no âmbito do funcionamento da tesouraria”, revelou ao JN uma fonte do Ministério da Educação.

O jornal apurou ainda que a funcionária investigada está de baixa médica, o que não permitiu a instauração de nenhum suspensão preventiva disciplinar.