A associação ambientalista Zero criticou a sugestão do Ministério da Educação para que as escolas recorram ao regime de ‘take-away’ no próximo ano letivo, considerando “uma aberração do ponto de vista da sustentabilidade”.
A sugestão foi inicialmente noticiada pelo jornal Público nesta quarta-feira.
“A ZERO considera a simples ponderação de refeições em regime ‘take-away’ de forma generalizada uma aberração do ponto de vista da sustentabilidade e uma demonstração da incapacidade que largos setores da sociedade portuguesa ainda têm para compreender que a crise pandémica está longe de ser a única crise que temos que enfrentar”, escrevem em comunicado, citado pela agência Lusa.
No documento conjunto da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), da Direção-Geral da Educação (DGE) e da Direção-Geral da Saúde (DGS) que define as orientações para o próximo ano letivo é proposto às escolas o recurso a este regime para servir as refeições aos alunos, numa tentativa de reduzir o risco de contágio em período de pandemia do novo coronavírus (covid-19).
No entanto, a sugestão das tutelas pode passar pela utilização de embalagens e utensílios descartáveis, merecendo, por isso, a crítica dos ambientalistas, que acusam o Ministério da Educação de “deseducar” os alunos.
“De que vale falar de sustentabilidade aos alunos, quando perante qualquer desafio a resposta é ‘mais descartável’?”, questiona a Zero, acrescentando que também no caso dos equipamentos de proteção individual se devem privilegiar as máscaras reutilizáveis em vez das descartáveis que foram distribuídas aos trabalhadores e alunos do secundário no final do 3.º período.
Para o serviço de refeições a associação propõe a utilização de outros espaços, além da cantina, ou o apelo às famílias para evitar, tanto quanto possível, que os alunos almocem na escola ou levem comida de casa, de forma a evitar a pressão sobre os refeitórios.
Nas escolas onde as refeições não possam ser servidas como habitual, e o regime de ‘take-away’ for inevitável, a Zero sugere por soluções que permitam a reutilização de recipientes e talheres, que sejam posteriormente higienizados pela própria escola ou pelas empresas responsáveis pelas refeições.
“Este modelo de reutilização é perfeitamente seguro e permite poupar muitas toneladas de recursos naturais transformados em resíduos”, defendem, considerando que a utilização de embalagens e utensílios descartáveis é “incompreensível” e que as orientações da tutela devem assegurar de forma clara a sustentabilidade.
No mesmo comunicado, a Zero adianta que já solicitou uma reunião ao Ministério da Educação para debater propostas nesse sentido e acrescenta que as respostas à pandemia não devem contribuir para agravar a crise climática.
ZAP // Lusa
Estes Zeros valem mesmo o nome; pedir às famílias para os alunos não almoçarem na escola Ah ah ah, só contaram para você! Quantos pais podem ir buscar os filhos para almoçar ? Se os pais tivessem essa possibilidade não iriam buscar os filhos para almoçar em casa ?
Higienizar os talheres, Ah ah ah! Quanto custo ? Quem paga ?