À semelhança do que aconteceu com o presidente do Parlamento da Catalunha, Ernest Maragall também teve o seu telemóvel espiado pelo programa Pegasus.
Ernest Maragall, antigo deputado do parlamento catalão, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e da Educação da Catalunha e ex-membro do Parlamento Europeu, garantiu ao El País e ao The Guardian que também terá sido espiado por um software de espionagem exclusivo dos Governos.
“É terrível. Isto não é uma surpresa. É só uma parte das tecnologias, da realidade que vivemos atualmente. Estamos numa situação em que ações legais, políticas, forças de segurança e outros estão contra o nosso movimento, o nosso movimento pacífico e democrático como cidadãos da Catalunha”, disse.
De acordo com a notícia avançada esta segunda-feira, o telemóvel do presidente do Parlamento da Catalunha, Roger Torrent, foi alvo do sistema operativo Pegasus, um programa de vigilância e espionagem desenvolvido pela companhia israelita NSO que só pode ser adquirido por Governos, forças ou corpos de segurança de Estado.
Roger Torret e Ernest Maragall, assim como dois outros ativistas pró-independência da Catalunha, foram alertados de que estavam a ser espiados em abril e maio do ano passado.
O grupo Citizen Lab foi o primeiro organismo a denunciar a existência do programa Pegasus e Torrent foi avisado deste ataque por investigadores do Citizen Lab, um grupo de investigação da Munk School of Journalism, da Universidade de Toronto, que descobriu a existência do Pegasus e que está a trabalhar com o WhatsApp para perceber quantas pessoas poderão ter sido vítimas desta falha.
O WhatsApp facilitou aos investigadores canadianos os números que “foram assaltados” pelo programa espião, entre os quais o número de Torrent.
O software, revelado no ano passado, aproveitava-se de uma falha do WhatsApp, detido pelo Facebook, e permitia aos detentores aceder às mensagens de quem queriam espiar. O alegado ato de espionagem terá sido feito sem se ter pedido autorização judicial.