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“Erro total.” Suécia critica OMS por incluí-la na lista de países com novos surtos

Jonas Ekstromer / TT News Agency

O primeiro-ministro da Suecia, Stefan Löfven

A Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a Suécia num grupo de 11 países problemáticos na Europa. “Isto é, infelizmente, uma interpretação completamente errada dos dados da Suécia.”

Esta sexta-feira, o epidemiologista chefe da agência de saúde pública sueca criticou a Organização Mundial de Saúde (OMS) pelo “erro total” de incluir a Suécia na lista de países onde novos surtos podem sobrecarregar os sistemas de saúde.

“Isto é, infelizmente, uma interpretação completamente errada dos dados da Suécia”, disse Anders Tegnell à televisão pública sueca SVT, considerando o erro “muito grave”.

A Suécia aparece citada ao lado da Arménia, Moldova, Macedónia do Norte, Azerbaijão, Cazaquistão, Albânia, Bósnia-Herzegovina, Quirguistão, Ucrânia e Kosovo.

A direção regional para a Europa da OMS apontou na quinta-feira 11 países onde uma “transmissão acelerada” do novo coronavírus levou a “um forte ressurgimento” da covid-19, entre os quais a Suécia. O país tem registado um forte aumento de casos, mas as autoridades atribuem os números ao aumento significativo dos testes realizados.

“Podemos apontar para todos os outros parâmetros que medimos, ou seja, quantos casos graves temos, que estão a diminuir, o número de internamentos em cuidados intensivos, que estão num nível muito baixo, ou mesmo as mortes, que estão a reduzir-se”, disse o epidemiologista.

É muito grave [apontar a Suécia como país de risco], sobretudo numa situação em que há muita discussão sobre para que países se pode viajar. Este tipo de afirmações é muito infeliz”, insistiu Tegnell.

Segundo números oficiais, cerca de 10 pessoas são admitidas diariamente nos cuidados intensivos nesta altura, contra cerca de 40 no pico da pandemia no país, em abril. Em termos de testes, as autoridades anunciaram a duplicação do número de testes realizados, atingindo mais de 61.000 testes semanais em meados de junho.

Números oficiais de quinta-feira indicavam que a Suécia regista um total de 5.230 mortos, 21 das quais entre quarta e quinta-feira, num total de 63.890 casos.

A abordagem sueca tem levado a muitas críticas, algumas aceites por Tegnell, que diz que deveriam ter sido tomadas mais medidas para proteger os mais idosos. A política de Estocolmo também tem sido tomada como um exemplo por quem recusa medidas de isolamento e confinamento.

ZAP // Lusa

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