Quatro homens negros foram encontrados enforcados em árvores nos últimos dias nos Estados Unidos, estando o FBI a investigar duas das mortes.
As autoridades policiais norte-americanas anunciaram esta segunda-feira que o FBI está a investigar os casos de dois negros que foram encontrados mortos pendurados em árvores nos últimos dias em diferentes locais dos Estados Unidos.
Uma dessas alegadas vítimas é Robert Fuller, de 24 anos, que foi encontrado pendurado por uma corda numa árvore na semana passada perto da câmara de Palmdale, uma cidade de mais de 150.000 habitantes fora de Los Angeles.
Inicialmente foi avançado que se tratava de suicídio, mas a família e ativistas denunciaram que isso era impossível e a causa oficial da morte ainda não foi divulgada. O representante máximo das forças de segurança, o xerife do condado de Los Angeles prometeu que o FBI e a procuradora-geral da Califórnia vão realizar “uma investigação exaustiva”.
“Esta investigação é obviamente de grande preocupação para a comunidade, não apenas para Palmdale, mas para toda a nação. Robert Fuller era um jovem no auge de sua vida e sua morte é obviamente dolorosa para muitas pessoas”, disse o xerife do condado de Los Angeles, em conferência de imprensa.
Centenas de moradores de Palmdale participaram em vigílias durante o fim de semana e alegaram que a sua morte resultou dos protestos que decorrem nas últimas semanas nos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial.
Outra morte semelhante aconteceu em Victorville, também na Califórnia, onde Malcolm Harsch, de 38 anos, foi encontrado supostamente enforcado numa árvore. A família e algumas organizações também descartaram a hipótese de suicídio.
Dois outros casos de negros pendurados em árvores, em Houston (Texas) e no bairro de Manhattan, em Nova Iorque, também ocorreram nos últimos dias, mas até agora o FBI ainda não anunciou que estava a investigar.
As forças de polícia norte-americanas têm sido alvo de críticas não só pela morte do afro-americano George Floyd durante uma operação de detenção, mas também devido ao uso da força para reprimir os protestos antirracismo decorrentes, nomeadamente o recurso a gás lacrimogéneo e a balas de borracha.
A morte de Floyd, capturada em vídeo, provocou manifestações em várias partes dos Estados Unidos e no estrangeiro e reacendeu o debate sobre o excesso de força policial e o racismo dentro nas forças de segurança.
ZAP // Lusa