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Pandemia levará a uma nova ordem mundial nos próximos um a cinco anos, avisa especialista

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Sebastião Moreira / Lusa

O ex-responsável de planeamento do Departamento de Estado norte-americano Edward Fishman avisou na quinta-feira que as alterações forçadas pela pandemia de covid-19 irão levar ao estabelecimento de uma nova ordem mundial nos próximos um a cinco anos.

“Estou convencido de que este será um momento de transição”, indicou o investigador não residente do Conselho do Atlântico e investigador adjunto do Centro para uma Nova Segurança Americana, falando numa sessão organizada pela Associação de Correspondentes Estrangeiros nos Estados Unidos (EUA), noticiou a agência Lusa.

“Há um desejo inerente de voltar à normalidade e uma nostalgia para regressar à vida pré-pandemia”, afirmou. “É importante aceitarmos que não haverá um regresso ao normal e que uma crise desta magnitude não desaparece simplesmente de um dia para o outro”.

Fishman, que trabalhou como conselheiro para o Secretário de Estado da administração Obama, John Kerry, projetou uma nova ordem mundial com um sistema de dois níveis. Um nível global em que entram todas as grandes potências e um nível paralelo que reunirá o que descreve como democracias com afinidades, cujos princípios são semelhantes.

“O nível global tem de ter um âmbito estrito, focar-se apenas nos problemas de ação coletiva: alterações climáticas, cibersegurança e pandemias”, declarou o especialista. “O nível das democracias com afinidades deve focar-se em problemas mais divisivos e ambiciosos: desinformação, evasão fiscal e desigualdade”.

O ex-conselheiro afirmou que este momento deverá levar a uma “retirada ordeira e pensada da globalização”, frisando as “consequências muito negativas” que teve na sociedade, que o período pós-pandemia justifica a criação de cadeias de fornecimento alternativas (por exemplo para produtos farmacêuticos) e que as infraestruturas devem ser construídas entre democracias com afinidades.

A aliança D10 proposta pelo Reino Unido para contornar a importância da China e da Huawei no fornecimento de equipamento 5G é, segundo ele, um exemplo disso.

O estabelecimento do nível de democracias com afinidades não será, considerou, feito através de um único grande acordo ou conferência. “Estou cético de que a nova ordem nasça num grande summit”, disse, referindo que haverá vários eventos importantes.

Edward Fishman

“À medida que os líderes puderem encontrar-se em pessoa começaremos a ver essas coisas a acontecer”, considerou, referindo a proposta do candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, para a realização de um “Summit para a Democracia”.

“É erróneo pensar que as consequências das eleições de 2020 não são imensas para o estabelecimento da nova ordem mundial”, acrescentou.

Fishman aconselhou a “evitar o jogo da culpa” e disse que os EUA devem ser “generosos” a ajudar na reconstrução económica do resto do mundo e a encontrar a cura para a covid-19. “Até a pandemia estar contida em todo o lado, não estará contida em lado nenhum”, declarou.

Os EUA devem também procurar um “consenso doméstico” sobre o caminho a seguir, indo além das fraturas partidárias que existem neste momento para se concentrar nas questões em que os norte-americanos concordam, como o combate às alterações climáticas e à ameaça do cibercrime.

Edward Fishman argumentou que este é o fim da ordem iniciada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial e disse que há várias lições a retirar da forma como essa – e a ordem anterior, de 1919 – foram criadas e conduzidas.

“As ordens mundiais são tão valiosas quanto a confiança que os países lhes atribuem”, disse o responsável. A covid-19 veio mudar tudo: “Com os grandes poderes a serem vistos como perdedores, a confiança na ordem mundial deixa de existir”.

O especialista afirmou que nesta transição será necessário planear com tempo e decidir quais são os princípios que políticos, líderes cívicos, cidadãos e empresas querem ver na nova ordem mundial, que poderá trazer uma economia mais equitativa. “Estas transições são muito raras”, disse. “É importante que não estraguemos esta oportunidade”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 412 mil mortos e infetou quase 7,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência AFP. Nos EUA, o país com mais mortos (112.833) e mais casos de infeção (quase 2 milhões), alguns estados começam a ver uma segunda vaga de infeções, depois da reabertura em maio.

// Lusa

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9 Comments

  1. Agora quero ler o comentário de alguém a dizer que os chamados teóricos da conspiração estavam errados quando mencionavam que estava para breve a chegada de uma nova ordem mundial. Os teóricos da conspiração são muitas vezes muito mal vistos, ridicularizados, descredibilizados e até insultados pelos céticos, mas esses céticos é que têm de investigar e refletir sobre a realidade do mundo para que não se deixem enganar acerca de certos assuntos e acontecimentos, e sobre o que muitas vezes é divulgado acerca dos mesmos, pois nem sempre as versões oficiais constituem a verdade dos factos. Tantas outras «teorias da conspiração» se revelaram verdadeiras. Por isso, é necessário estarmos atentos, investigar muito, refletir imenso acerca da realidade do mundo e divulgarmos o que sabemos/descobrimos. Somos seres pensantes e pensar é algo gratuito. Porém, é necessário também ter em conta em não divulgar falsas informações para não comprometer o esforço autêntico e honroso de muitos ‘teóricos da conspiração’ pelo apuramento da verdade, sempre em prol de uma melhor cidadania e consequentemente por um mundo melhor, mas de preferência livre de regimes absolutistas, ditatoriais, comunistas, nacionalistas, teocráticos ou de outra natureza que ponha em perigo os Direitos Humanos e o Respeito e Conservação do Meio Ambiente.

      • Até lá espera sentado sem investigar e depois não te surpreendas com as mudanças que o mundo irá sofrer. Céticos como tu podem ver o mundo desabar e ainda vão achar que é tudo normal. Desperta!!!

        • Eu estou SEMPRE a investigar – é essa a principal diferença entre os cépticos que estudam/testam e os crentes que acreditam em qualquer “profeta”/palermice!!

  2. 7.300.000 infectados, numa população com quase 8.000.000.000…

    Ou seja…

    7.300.000 / 8.000.000.000 = 0.0009125 X 100 = 0.09125% da população mundial infectada!!!

    WOW!!! Mas que grande pandemia!!!

    coVIdGARICE e não mais que isso!!! Tudo desenhado para nos roubar liberdades e pavimentar caminho para a NOM!!!

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