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Portimonense 2-2 Benfica | Águia de duas caras deixa-se caçar

E continua a via-sacra do Benfica. Esta quarta-feira, as “águias” estiveram a vencer por 2-0, mas adormeceram ao intervalo e permitiram o empate do Portimonense, tropeçando em solo algarvio, naquele que foi o terceiro duelo desta 26ª jornada da Liga NOS.

Nas últimas sete jornadas, os campeões nacionais desperdiçaram 14 pontos em 21 possíveis.

Nos últimos dez encontros oficiais, em todas as provas, o conjunto treinado por Bruno Lage apenas somou uma vitória – já regista quatro empates consecutivos -, na deslocação ao reduto do Gil Vicente, e voltou a comprometer as aspirações na luta pelo bicampeonato.

Do outro lado, os comandados de Paulo Sérgio somaram um importante ponto na luta pela manutenção, depois do triunfo na última ronda ante os gilistas de Vítor Oliveira.

O jogo explicado em números

  • Antes do apito inicial do árbitro Carlos Xistra, destaque para as escolhas de Paulo Sérgio e de Bruno Lage, respectivamente. Do lado algarvio, Jackson Martínez e Aylton Boa Morte “saltaram” e entraram Ricardo Vaz Tê e Pedro Sá.
  • No emblema lisboeta, Gabriel foi para o banco, Cervi foi chamado, o que fez com que Taarabt recuasse no terreno e Rafa fosse a “muleta” de Carlos Vinícius na dupla de ataque. Com as cartas lançadas, quem levaria a melhor?
  • Sem criar ocasiões flagrantes de golo, o domínio inicial foi da equipa visitante. Aos 15 minutos havia registo para apenas dois remates, um de Grimaldo (disparo que saiu para fora do estádio) e outro de Rafa – após intervenção  incompleta de Gonda a um cruzamento de André Almeida –, que também não levou as coordenadas da baliza. E havia um canto para cada conjunto, sendo que o Portimonense tinha 53% da posse de bola e o Benfica 47%.
  • E não foi por falta de avisos que à terceira tentativa houve golo em Portimão. Ao minuto 18, Rúben Dias desmarcou Rafa que, sem marcação e descaído sobre o lado direito, fez um passe atrasado para Pizzi. Este, à lei da bomba e de primeira, “fuzilou” as redes contrárias e inaugurou o marcador, e apontou o 15º tento no campeonato.
  • O internacional luso chegou aos 27 tiros certeiros em 43 jogos em todas as provas oficiais, o que dá uma média de 0,63 golos/jogo.
  • Além da vantagem no marcador, os campeões nacionais – já sem Jardel que saiu lesionado e foi substituído por Ferro aos 24 minutos –, que estavam mais pressionantes, agressivos aquando na perda de bola e acutilantes em busca das redes adversárias, iam controlando as incidências da partida, face à falta de argumentos dos anfitriões, e ao quarto remate na partida ampliaram a vantagem.
  • A assistência – a nona na competição do internacional luso – de trivela foi de Pizzi, Lucas Possignolo falhou o corte quando não devia e André Almeida, no lugar certo, à hora certa, atirou a contar e assinou o 2-0 aos 31 minutos. Na primeira volta, o lateral-direito já tinha marcado aos algarvios no triunfo por 4-0.
  • A caminho do intervalo, apenas aos 40 minutos houve registo do primeiro remate do Portimonense, por intermédio de Bruno Tabata, que saiu em a direcção da baliza. Na resposta, Rafa (44′) rematou à figura de Gonda. Não obstante ter menos bola – 54% versus 46% -, os forasteiros eram donos e senhores do encontro com cinco remates – três enquadrados à baliza – contra apenas um dos donos da casa, e 83% na eficácia do passe. 

  • Primeira metade de ascendente – sem nota artística – “encarnado”. Mais objectivo e mordaz nas acções junto à baliza contrária, o Benfica dominou a primeira metade e chegou ao período de descanso com uma vantagem de dois golos.
  • Pizzi apontou o primeiro tento e André Almeida, após falha grave de Possignolo, dilatou a vantagem.
  • Nos primeiros 49 minutos, o MVP foi Pizzi, com um GoalPoint Rating de 6.8. Além da bomba que resultou no tento inaugural, o camisola 21 fez a assistência para o segundo golo, 28 acções com a bola e teve 80% de eficácia no capítulo do passe. André Almeida (6.4) e Weigl (6.1) também apresentavam um bom nível neste período.
  • Em excelente posição, Lucas Fernandes (54′) ficou próximo de reduzir a desvantagem, naquela que foi a ocasião mais clara da equipa de Paulo Sérgio até então. Minutos depois, aos 59, um lance aparatoso que envolveu Cervi, Grimaldo e Hackman deixou o lateral-esquerdo espanhol em mau estado, a queixar-se de dores num joelho.
  • Nuno Tavares acabou por ser lançado em cena, substituindo o camisola “3”.
  • Na sequência de um livre, Dener, nas alturas, antecipou-se à dupla de centrais do Benfica e, de cabeça, apontou o quinto golo nesta edição da Liga NOS, dando uma boa resposta ao domínio que foi alcançado na etapa final. Sem gizar lances de perigo e conseguir controlar as incidências, do outro lado apenas registo de um remate de Taarabt…
  • Aos 76 minutos, Júnior Tavares assinou um golo de antologia, com um tiro forte e colocado, e deu justiça ao marcador. Ao intervalo, Paulo Sérgio mexeu na equipa, Aylton Boa Morte e Fali Candé entraram para as vagas de Henrique e Pedro Sá e os algarvios ganharam um novo ímpeto. Ao passo que, e face ao crescente domínio do Portimonense, a equipa de Bruno Lage não foi lesta a reagir e voltou a exibir-se ao nível que apresentou nas últimas jornadas.
  • Já em período de descontos, Tabata culminou um contra-ataque e ficou próximo da reviravolta com um tiro que saiu um pouco ao lado da baliza. Num último fogacho, Rúben Dias ainda cabeceou mas Gonda estava atento e segurou um importante ponto para o Portimonense, que esteve a um bom nível na etapa final e conseguiu um importante ponto na luta pela sobrevivência. Por sua vez, o Benfica voltou a “dar a outra face” e deu mais um passo atrás na luta pela revalidação do ceptro.

O melhor em campo GoalPoint

Foi através da cabeça do capitão que começou o grito de revolta dos anfitriões. Dener reduziu a desvantagem aos 66 minutos e desbravou caminho para o empate final, que surgiu minutos depois.

O médio brasileiro foi o melhor jogador em campo nesta quarta-feira em Portimão, com um GoalPoint Rating de 7.5.

Além do cabeceamento certeiro, falhou apenas quatro dos 58 passes que fez, acertou oito dos nove passes longos, conseguiu sete passes progressivos certos, foram, ainda, 78 acções com a bola, cinco recuperações de posse, cinco desarmes e duas intercepções. 

Jogadores em foco

  • Pizzi 7.5 – No meio da tempestade, e após uma semana complicada, o médio foi o melhor elemento “encarnado”. Em dois remates, apontou um golo, fez uma assistência, três passes para finalização, quatro passes progressivos e somou 61 acções com a bola.
  • Bruno Tabata 7.4 – Bela segunda parte do internacional olímpico brasileiro, que fez a assistência para o 2-1, orquestrou três remates, conseguiu ter sucesso em quatro das cinco tentativas de drible e fez 11 recuperações de posse.
  • Jukian Weigl 6.6 – O alemão esteve muito bem no passe, com 94% de eficácia – 46 passes certos em 49 tentativas, 50% nos passes longos -, além de que esteve muito certo nos momentos defensivos, com dez recuperações de posse, três desarmes e quatro alívios.
  • Willyan 6.6 – Autor de seis intercepções, outros tantos alívios e dois remates bloqueados, tremeu na etapa inicial, mas conseguiu recuperar no período final.
  • Júnior Tavares6.1 – No primeiro e único remate que fez, assinou um golaço. Tal como toda a equipa, cresceu de produção na segunda parte. Além do “golão”, esteve bem nos passes longos, em cinco tentados acertou quatro, e não falhou nenhum dos três dribles que fez.
  • Carlos Vinícius 4.4 – Exibição para não recordar do brasileiro, que voltou com pólvora seca. Mal assistido pelo colegas, não conseguiu nenhum remate nos 74 minutos em que esteve em cena, apresentando 21 acções com a bola e 11 perdas da mesma.

Resumo

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