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Já começou estudo para monitorizar imunidade na população

José Sena Goulão / Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales

O boletim desta quarta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS) mostra que Portugal contabiliza 1175 mortos associados à covid-19 em 28.132 casos confirmados de infeção.

Na conferência de imprensa diária de atualização de dados sobre a pandemia de covid-19 em Portugal, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que, desde 1 de março, já foram feitos mais de 566 mil testes de diagnóstico e que, de 1 a 11 de maio, a média diária foi de 12.600.

O governante voltou a frisar que Portugal está “entre os países que mais testes de diagnóstico fazem à covid-19”, como “reconheceu” a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O secretário de Estado adiantou ainda que estão a ser feitos 250 testes por dia nos estabelecimentos prisionais e que o Governo prevê aumentar a capacidade para 450.

“Neste momento, já estão a ser feitos 250 testes por dia nos estabelecimentos prisionais, estando previsto, através do INIAV [Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária], aumentar essa capacidade para 450 testes por dia”, afirmou.

Estudo sobre evolução da imunidade

Lacerda Sales falou ainda sobre o primeiro estudo para monitorizar a evolução da imunidade contra o novo coronavírus na população portuguesa, que “já está no terreno” e envolve 17 hospitais e 105 postos de colheita.

Trata-se do “primeiro estudo transversal” de covid-19 promovido pelo Instituto Nacional de Saúde – Dr. Ricardo Jorge (INSA) e “visa monitorizar a evolução da imunidade contra o novo coronavírus na população”, explicou.

Segundo o secretário de Estado, para a realização do estudo foram já contactados todos os 17 hospitais da rede nacional de hospitais, incluindo os das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, e os 105 postos de colheita de análises clínicas em todo o território nacional.

“Os materiais para as colheitas de sangue e os questionários para a recolha de dados serão entregues nos locais até ao início da próxima semana” e depois terá início “a fase de recolha de amostras de sangue e dados”, disse.

Todas as análises de sangue para a determinação de anticorpos e a análise de dados serão realizadas pelo Departamento de Epidemiologia e Doenças Infecciosas do INSA, adiantou.

O inquérito serológico nacional é promovido pelo INSA, em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS), e conta com a parceria da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e das regiões autónomas.

“Não vai ser difícil para as creches cumprir orientações”

Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde admitiu que as regras descritas na orientação da DGS sobre a reabertura das creches não garantem “risco zero” de contágio, assegurando que “minimizam” a probabilidade de infeção por covid-19.

“São regras que ajudam a minimizar o risco sem coartar o desenvolvimento normal deste grupo. Estamos a entrar num novo tipo de normalidade. Creio que não vai ser difícil para as instituições cumprirem estas indicações. [As crianças] vão brincar como é óbvio (…). Não há risco zero, mas [as regras] minimizam”, afirmou Graça Freitas.

A diretora-geral da saúde foi confrontada com a onda de críticas que tem surgido sobre as condições de reabertura das creches e com facto de especialistas alertarem para o impacto das restrições no desenvolvimento das crianças.

“A DGS emitiu um conjunto de boas práticas. Foram feitas conjuntamente com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social e outros parceiros. Tentamos conciliar o melhor de dois mundos. Permitir atividades lúdicas aos meninos com regras”, disse.

Sobre a abertura da época balnear, Graça Freitas assegurou que “muitas instituições estão ainda a dar o seu parecer técnico e que, por isso, “esse trabalho ainda não foi terminado”.

Há 3183 profissionais de saúde infetados

O secretário de Estado da Saúde revelou que há 3183 profissionais de saúde infetados com o novo coronavírus, responsável pela covid-19, entre os quais 477 são médicos e 838 enfermeiros.

Somam-se 774 assistentes operacionais, 152 assistentes técnicos e 107 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica infetados, revelou Lacerda Sales, acrescentando que os dados acumulados apontam para 658 profissionais de saúde recuperados.

O governante, que aproveitou esta atualização para agradecer a colaboração dos técnicos e profissionais de diagnóstico e terapêutica, apontou que estes passarão “a ser incluídos nas atualizações” diárias.

“Aproveito para fazer um agradecimento porque têm estado na linha da frente no combate a esta pandemia. A todos os técnicos e profissionais de diagnóstico e terapêutica o nosso muito obrigada”, disse António Lacerda Sales.

Este agradecimento e atualização relativamente a números de infetados pelo novo coronavírus surge um dia depois dos profissionais das áreas de diagnóstico e terapêutica terem acusado o Ministério da Saúde de desrespeito pela classe e terem avançado que ponderam pedir uma audiência urgente ao primeiro-ministro.

“Os profissionais das áreas de diagnóstico e terapêutica lamentam, mais uma vez, terem sido esquecidos pela Direção-Geral da Saúde no comunicado do número de profissionais infetados, realçando a discriminação negativa gritante a que, uma vez mais, foram sujeitos”, pode ler-se no comunicado enviado à Lusa pelo Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica.

Segundo o boletim desta quarta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal contabiliza 1175 mortos associados à covid-19 em 28.132 casos confirmados de infeção.

ZAP // Lusa

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