Mário Centeno está fora da corrida à presidência do Eurogrupo, garante esta sexta-feira o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.
De acordo com o jornal alemão, o ministro das Finanças português, que é o atual ministro do Eurogrupo, não se recandidatará ao cargo. Mário Centeno, recorde-se, está a exercer o seu primeiro mandato de dois anos e meio que termina em julho.
O Frankfurter Allgemeine Zeitung aponta a excessiva carga de trabalho de Mário Centeno, que divide a presidência do Eurogrupo com a pasta das Finanças em Portugal, como um dos motivos para justificar esta situação.
Mário Centeno não estará disposto a entrar na corrida por um segundo mandato, escreve o jornal, dando conta o ministro português está “cansado devido à quantidade de trabalho”, e não conta com uma equipa de grandes dimensões em Bruxelas ou em Portugal, ao contrário do antigo presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem ou do antigo presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker.
“Vários ministros das finanças do Euro estão cada vez mais insatisfeitos com a administração de Centeno”, escreve o jornal, citado pelo jornal online Observador, dando ainda conta que o presidente tem estado “mal preparado”, sendo “incapaz” de liderar discussões e encontrar posições finais.
A conferência do Eurogrupo liderado por Centeno no passado dia 8 de abril foi um “pesadelo” para os participantes, retrata ainda o mesmo jornal alemão, sem identificar as fontes dos bastidores. “O português terá interrompido repetidamente a sessão para discussões individuais” e deixou os outros participantes sozinhos por horas, pode ler-se.
Para suceder Centeno, o jornal aponta Nadia Calviño, a ministra da Economia de Espanha, como a favorita do atual presidente. Centeno é presidente do Eurogrupo desde janeiro de 2018, tendo sucedido ao holandês Jeroen Dijsselbloem.
Nos últimos tempos, muito se tem falado sobre o futuro de Mário Centeno.
A saída do ministro das Finanças do Governo para o Banco de Portugal já foi dada como certa, mas o governante já garantiu que não vai deixar as suas responsabilidades. Ficará no Governo pelo menos até ao fim da crise desencadeada pela pandemia de covid-19.