O número de pedidos de ajuda alimentar disparou nos últimos tempos. Muitos deles são feitos por migrantes, trabalhadores independentes e em lay-off.
Com a introdução do lay-off, muitos portugueses foram enviados para casa numa tentativa das empresas pouparem custos face à pandemia de covid-19. Sem uma parta ou a totalidade dos seus rendimentos, muitas famílias atravessam dificuldades económicas e, de acordo com o JN, os pedidos de ajuda à Cáritas e ao Banco Alimentar não param de aumentar.
O Banco Alimentar já apoia 11 mil novas famílias, muitas das quais são constituídas por migrantes, trabalhadores independentes e em lay-off.
“A grande maioria das 20 Cáritas Diocesanas duplicaram o número de atendimentos“, diz o seu presidente, Eugénio Fonseca, que acredita que a realidade seja pior “quando apurados os dados das paróquias”.
“Mesmo quem entra em lay-off, perdendo um terço do salário, não consegue fazer face às necessidades fundamentais”, denuncia o presidente da Cáritas.
O Banco Alimentar, que já apoiava 400 mil pessoas, apoia agora mais 50 mil. “São pessoas que, de um momento para o outro, ficaram sem qualquer rendimento: trabalhadores independentes, por conta própria, da economia informal”, explica a presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
Ao Jornal de Notícias, Isabel Jonet conta ainda que o aumento repentino no número de pessoas a carecer de apoio levou a que fosse necessário reforçar os stocks. O reforço tem sido feito “com dinheiro angariado em campanhas e com doações”.
Eugénio Fonseca, da Cáritas, pede ao Governo um “plano de contingência social”, o mais rapidamente possível. A associação alocou 100 mil euros das suas reservas para distribuir em vales de compras e 30 mil euros para outras necessidades. Este dinheiro ajudará cerca de 2 mil pessoas de 500 famílias.