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Inspetores do SEF negam agressões fatais. Imigrante ucraniano “já tinha sido agredido”

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Os inspetores do SEF, suspeitos de matar à pancada um imigrante ucraniano no Aeroporto de Lisboa, alegam que este já tinha sido agredido quando o viram pela primeira vez.

De acordo com o semanário Expresso, a defesa de Bruno Sousa, um dos três inspetores do SEF em prisão domiciliária, já pediu à ANA e ao Ministério Público que preservem as imagens captadas pela câmara de vigilância instalada no corredor que dá acesso à Sala Médicos do Mundo, onde o imigrante ucraniano foi espancado até à morte.

A tese da defesa alega que entre o momento em que os três inspetores estiveram com a vítima e esta ter sido encontrada, passaram-se oito horas sem que “se saiba se mais alguém entrou na sala ou se esteve com o imigrante”. Segundo uma fonte judicial consultada pelo matutino, estas horas estão envoltas “numa nuvem”.

Quando foram detidos pela Polícia Judiciária e interrogados pelo juiz de instrução criminal, Bruno Sousa, Luís Silva e Duarte Laja não prestaram quaisquer declarações.

No entanto, quando forem novamente ouvidos, irão apresentar uma tese que alega que, no dia 12 de março, foram chamados ao Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa, onde ficam retidos os passageiros impedidos de entrar em Portugal, porque um imigrante estaria a “causar distúrbios“.

Quando entraram na sala, os inspetores depararam-se com Ihor Homeniuk “atado de pés e mãos com fita isoladora” e “com sinais de já ter sido agredido“. No entanto, como o imigrante ucraniano se encontrava demasiado agitado, tiveram de o algemar e “usar a força muscular estritamente necessária para o imobilizar”.

Os inspetores do SEF não pediram ajuda médica por não terem achado que fosse necessário e ficaram “chocados” quando souberam que o imigrante tinha morrido e que a causa da morte tinha sido um espancamento e não um “ataque epilético”, como o SEF comunicou à embaixada da Ucrânia, ou uma “paragem cardiorrespiratória”, como o primeiro médico do INEM que observou o cadáver escreveu num relatório.

O Expresso teve acesso ao mandado de detenção do Ministério Público onde se lê que os três inspetores suspeitos entraram na sala onde se encontrava Ihor e exigiram à segurança que estava a vigiar o local que não registasse os seus nomes. Bruno Sousa levava um par de algemas, Luís Silva um bastão extensível e Duarte Laja praticante de karaté, não levava nada.

Segundo o MP, os inspetores terão espancado o imigrante com socos, pontapés e à bastonada. Os seguranças foram alertados pelo barulho, aproximaram-se da sala e foram mandados embora por Duarte Laja, que terá dito: “Isto não é para ninguém ver.”

Oito horas depois, outros dois inspetores do SEF entraram na sala e encontraram Ihor quase morto. Para a defesa de Bruno Sousa, “não faz sentido” que naquelas oito horas mais ninguém tenha entrado na sala. “Nem que fosse para lhe dar o almoço.”

ZAP //

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15 Comments

  1. Santinhos .. não fizeram nada. Uma pessoa inocente quando presente a um juiz acusado de assassinato, resolve não dizer nada. Porque será ? Acho que com os advogados estiveram a combinar a melhor estrategia e agora saem-se com esta. Bem podia ter sido pior, podiam ter dito que foram 3 angolanos, de acordo com as estatisticas teriam 50% se hipoteses de se safar.

    • Carlos, creio que está a ser injusto.
      O ucraniano saíu do avião em andamento e foi atropelado por um “fallow me”…

  2. A coisa nunca é assim tão simples. Com certeza havia negócios pendentes. O ucraniano não pagou a taxa e a máfia do SEF cobrou à pancada. A PIDE acabou mas as forças de segurança estão cheias de pessoas que actuam tal como a PIDE actuava. Mas agora já não se pode culpar a ditadura.

  3. Que existem ovelhas ranhosas no rebanho lá isso é verdade, há apenas que sofrer as consequências e que sejam severas para que outros não caiam na tentação e para que o respeito e consideração pelas nossas forças de segurança não caia em saco roto.

        • Se ainda andasse por aqui o Arnaldo de Matos, ele é que vos educaria sobre qual a real diferença entre “ronhosas” e “ranhosas”.
          Falem do que sabem e não do que sonham saber.

          • E o meu amigo sabe que ranho vem das mucosas nasais, caso que acontece por exemplo frequentemente em ovelhas caso estas andem constipadas e que ronha é uma espécie de sarna que ataca vários animais que poderão ser também ovelhas, em que lhes provoca a queda de lã. Consulte o dicionário e apareça depois.

  4. Lamentável tais actos, só prova que a demência está instalada nas referidas forças de segurança e restantes reis que nelas mandam.. É o respeito e tal.. Os filhos e mulher do coitado é que ficam com o trauma e restantes necessidades óbvias por falta de pai! Vergonha mesmo, para mim era olho por olho, espancados até à morte. Isto seria justiça, e o estado indemnizar a família, e não com meia dúzia de €. Mas como vivo em Portugal á já 40 anos, também eu e muitos conhecidos já caímos nas escadas da esquadra(( são escorregadias. À muito homem bom a vestir a farda sim, mas existem muitos mais que a vestem e são………………………………………..
    QUE SE FAÇA JUSTIÇA SFF, afinal já existe tantos meio de comunicação imediatos, vídeo vigilância etc, não faltam meios, falta vergonha na cara de quem governa.

    • “…também eu e muitos conhecidos já caímos nas escadas da esquadra…”
      Oh, que pena… tu e os teus conhecidos devem ser mesmo anjinhos!…

  5. Esses 3 inspetores Duarte laja, luis silva e Bruno Sosa ja identificados deveriam pagar a indemnização 1 milhão e nao nós o povo português e apanharem a pena máxima. Filhos da p.. E os outros que encobriram cobardes deveriam levar penas pesadas. A falta de empatia é brutal. Em vez de andarmos a falar dos outros paises trump onde nunca aconteceu uma atrocidade destas deviamos olhar para isto que fazemos tão grave tao desumano. Aqui já nao vi manifestações de revolta a favor deste pobre homem que deixou uma Família

    • Hahahaaaa…
      Claro que nas terra do Trump nunca aconteceu nada disto – lá é só mimos e a policia nunca matou inocentes desarmados na via publica, com camaras a filmar – sendo que alguns nem sequer são acusados!…

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