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Norte concentra mais de metade dos internados com Covid-19 em cuidados intensivos

Alejandro Garcia / EPA

Dados do Ministério da Saúde mostraram que, dos 218 doentes internados em cuidados intensivos até ao final do dia 13, 58,8% estavam no Norte. Lisboa e Vale do Tejo era a segunda região com mais casos internados em cuidados intensivos (31%), seguida do Centro (5,8%), do Algarve (3,5%) e do Alentejo (0,9%), noticiou o Público, jornal ao qual os dados foram enviados.

De acordo com o artigo, publicado esta quinta-feira, o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) daquele dia indicava que, além das 218 pessoas internadas em cuidados intensivos, havia outros 1227 doentes internados nos hospitais, com a maior percentagem também em hospitais do Norte do país: 67,3%.

O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, disse que os casos de internamento “não parecem estar muito elevados” e “refletem a distribuição de casos positivos no país”, acrescentando que “a distribuição do material está a ser feita em função da procura”.

Relativamente aos casos positivos no país, afirmou que “não houve um aumento exponencial e isso é positivo, mas ainda não estamos claramente a descer”. “Há uma estabilização”, notou, sublinhando, contudo, o impacto que a Páscoa poderá ter tido. “Pode ter havido menos notificação de casos e maior mobilidade”.

Ao Público, o Ministério da Saúde explicou que, para o material que chegou ao país, a “identificação das necessidades pelas entidades e a capacidade de expansão das camas em cuidados intensivos são os critérios que estão na base da distribuição”. Sobre os testes nas regiões autónomas, referiu que foi decidida uma remessa com maiores quantidades.

Contudo, em declarações ao Público, o presidente da Seção Regional Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, disse que “é irrisório o que tem sido distribuído no Centro. Não estou a dizer que os ventiladores são insuficientes, o que digo é que estão a chegar menos do que deviam e do que as necessidades”, apontando ainda para os poucos testes que têm chegado à região e  falta de reagentes.

Ennio Leanza / EPA

Notando as “desigualdades de resposta que existem entre concelhos”, referiu que “há uma grande falta de coordenação do Ministério da Saúde que devia ter respostas de forma a atenuar estas desigualdades no país”.

Já o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, também admitiu que “a região Centro pudesse ter mais alguns ventiladores”, embora a distribuição esteja de acordo com a realidade do país, segundo sublinhou, destacando os movimentos solidários criados para a aquisição de material.

Quanto às mascaras, defendeu que “devem existir encomendas fortes”, porque estas “protegem-nos. Podem parecer muitas máscaras, mas devidamente usadas dez milhões de máscaras cirúrgicas dão para cerca de 15 dias”, frisou.

O Público avançou ainda as declarações da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que afirmou que “os equipamentos têm de chegar todas as semanas”, considerando que continua a “haver racionamento de material” e que nem todos os profissionais estão a ser testados.

“Não estou preocupada com o número de aparelhos [ventiladores], mas com o número de profissionais para mexer neles”, disse ainda, explicando que essa é a uma área que exige formação específica.

ZAP //

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