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Medidas de contenção serão necessárias até haver vacina, avisa Marta Temido

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José Sena Goulão / Lusa

A ministra da Saúde admitiu este domingo que será necessário manter algumas medidas de contenção e de prevenção até que seja descoberta a vacina para o novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19.

“A expectativa de regressar à normalidade vai ter de ser sempre temperada até à descoberta da vacina por medidas de restrição, de contenção e de prevenção que não podemos, tanto quanto sabemos, eliminar por completo”, afirmou Marta Temido.

Na conferência de imprensa diária de atualização de informação sobre a pandemia da covid-19, a ministra reconheceu que as previsões relativamente ao futuro são marcadas por uma grande incerteza, mas adiantou que Portugal vai continuar a seguir as recomendações internacionais.

Referindo-se às declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre a hipótese de limitar o contacto das pessoas mais velhas com o seu entorno, pelo menos, até ao final do ano, a ministra afirmou que se, chegada a altura, essa for a recomendação mais adequada, então será seguida pelas autoridades portuguesas.

Em entrevista ao jornal alemão Bild, publicada neste dominho, Leyen avisou que enquanto não houver uma vacina “é preciso limitar, tanto quanto possível, os contactos dos seniores”, em particular os que vivem em lares.

“É evidente que vivemos num contexto global, aquilo que é a situação de um país europeu influencia os outros e, portanto, estamos longe de ter vencido esta pandemia”, reconheceu Marta Temido, acrescentando que a prioridade é “seguir a cada momento as melhores recomendações e a melhor informação disponível”.

Preparação “adequada”

Olhando para a ação do Governo e das autoridades de saúde portuguesas até aqui, a ministra considerou que a preparação para a pandemia foi a adequada, reforçando que neste momento uma das principais preocupações é assegurar que não existem falhas, apesar do contexto de escassez global.

Marta Temido sublinhou ainda que o Governo tem tentado dar uma resposta ponderada que assegure, tanto quanto possível, o equilíbrio entre o valor da vida em sociedade, o valor do funcionamento da economia, sem prejuízos para o valor da saúde pública.

“Sabemos que outros países que optaram por visões muito radicais, ou de deixar tudo aberto ou de fechar tudo, não tiveram tão bons resultados e tiveram de fazer pequenas correções”, afirmou, considerando que a vigilância epidemiológica constante e a introdução de medidas corretivas e mitigadoras conforme o contexto atual são a melhor alternativa.

A ministra da Saúde alertou, no entanto, que o pouco conhecimento que ainda existe sobre o novo coronavírus e sobre a doença implica que todas as decisões que tenham sido e que venham a ser tomadas estão associadas a algum nível de risco.

Faltam “kits” para realizar testes

Na mesma conferência de imprensa ao fim da manhã deste domingo, Marta Temido referiu que Portugal recebeu no sábado 900 mil testes de diagnóstico da covid-19, mas não os ‘kits’ de extração, “um dos componentes essenciais à realização dos testes”.

“Recebemos ontem [sábado] um voo com mais 900 mil testes de diagnóstico e 220 mil zaragatoas. Não recebemos ainda os ‘kits’ de extração, também necessários à realização dos testes, um dos componentes essenciais à realização dos testes. Estávamos à espera destes ‘kits’ de extração que ainda não chegaram, cuja entrega foi adiada e que esperamos que se concretize na semana que começa amanhã [segunda-feira]”, disse a ministra.

A governante adiantou também que no mesmo voo chegaram “mais um milhão de máscaras cirúrgicas e 700 mil máscaras respiradores, os FFP2”. “Hoje recebemos também um voo com doações diversas. Para esta semana que se vai iniciar está previsto mais um conjunto de novas entregas”, acrescentou.

Também atrasada está a entrega de 508 ventiladores que deviam ter chegado a Portugal, vindos da China, no final da última semana. “Os 508 ventiladores que adquirimos e cuja entrega estava prevista acontecer até ao final desta semana, da qual vos demos conta na semana passada, quando chegaram 144 ventiladores, está atrasada”, disse.

“Na China, esta semana os regulamentos sobre transportes mudaram, obrigando a novas autorizações que estamos a diligenciar por obter, que demoraram alguns dias e isso atrasou o transporte sensivelmente oito dias. Iremos mantendo toda a informação atualizada”, acrescentou a ministra.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Perfeitamente sensato …só “irresponsáveis” é que não querem aceitar o facto que pouco se sabe sobre a permanecia activa desta estirpe mesmo que se venha a verificar um forte sinal de acalmia após as fases criticas. É como termos sido envenenados e continuar-mos a nos envenenar sem que seja disponibilizado um antídoto !… Higiene e Distanciamento é no mínimo o que se deve continuar a respeitar e fazer !

  2. E as máscaras?! No passado também achavam que o estado de emergência não era necessário. O povo e o presidente disseram que era. O governo foi atrás. Neste momento o povo e o presidente dizem que todos devem usar máscara e o governo qualquer dia também lá chegará.

  3. Não conseguem parcerias com outros países que não a China? Tudo o que está relacionado com a China é no mínimo de suspeitar, visto a forma como ocultaram, não cooperaram com cientistas internacionais e os números ‘oficiais’, suspeita-se não serem os verdadeiros.

    Porque não a Coreia do Sul? Existe algum tipo de esforço para usar as boas práticas? Até na distribuição das máscaras – cada cidadão tem direito a comprar 2 máscaras por semana no seu dia (ex: dependendo do número que acaba o ano da sua data de nascimento assim se dirige à fármacia no dia específico da semana).

    Outra situação lamentável, é a W.H.O, que teve, e continua a ter uma prestação no mínimo dúvidosa e danosa – como é o caso da não utilização das máscaras desde o início, e de que o COVID-19 não é transmitido aos animais, o que é erroneo (i.e.: No Zoo do Bronx, EUA, apesar de fechado, 3 tigres foram contaminados por um humano, e mais 2 leões).

    No seguimento, acharia interessante o Sr. Tedros Adhanom responder pelas alegações acima descritas, e no minimo ser substituído por alguém capaz – o trabalho deste na Etiópia foi um desastre.

    É tempo desta organização ser revista e tornar-se imparcial – sem politiquices e falsa informação.

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