O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, propôs ao Comité Olímpico Internacional (COI) o adiamento dos Jogos Olímpicos de 2020 que deviam realizar-se em Tóquio, devido à pandemia da Covid-19. O presidente do COI, Thomas Bach, concordou “100%”.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro japonês, como adianta o The New York Times.
A televisão pública japonesa NHK avançou em primeira mão que a proposta esteve em discussão na conversa por video-conferência entre o primeiro-ministro japonês e o líder do COI.
No domingo, o COI anunciou que ia deliberar num período de quatro semanas sobre a realização dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, que deveriam decorrer entre 24 de Julho e 9 de Agosto. A pandemia da Covid-19 colocou o adiamento na agenda, mas não o cancelamento.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro japonês admitiu pela primeira vez que a decisão de adiar poderia “ser inevitável“, reconhecendo que “a prioridade são os atletas”.
O Canadá e a Austrália já anunciaram que, caso os Jogos se realizem nas datas previstas, os seus atletas não deverão participar.
O Comité Olímpico de Portugal (COP) pediu na segunda-feira firmeza e rapidez no anúncio de uma solução de adiamento dos Jogos Olímpicos, numa carta enviada ao presidente do COI.
Maioria dos atletas portugueses quer adiamento
A maioria dos atletas portugueses integrados no projecto do COP para Tóquio 2020 quer o adiamento dos Jogos, revela um questionário divulgado pela Comissão de Atletas Olímpicos (CAO).
Segundo os resultados do inquérito, enviado aos 89 atletas do Projecto Tóquio2020, 74, 89% querem o adiamento dos Jogos, com cerca de dois terços do universo total a pretender que o evento passe para 2021.
Os resultados foram enviados à Comissão de Atletas do Comité Olímpico Internacional, pode ler-se num comunicado assinado pelo presidente da CAO, João Rodrigues.
“Por outro lado, 82% dos atletas consideram que, a manterem-se as datas actuais, os Jogos Olímpicos não seriam justos do ponto de vista desportivo”, acrescenta a nota.
Neste momento, e com as medidas de contenção em vigor em Portugal e em vários outros países, “apenas 42% considera ter as condições mínimas para treinar, embora sem a exigência que a preparação olímpica obriga”.
O adiamento é também apoiado pelo Comité Paralímpico de Portugal.
Vários outros organismos internacionais se têm pronunciado sobre a mudança das datas previstas para a competição na capital japonesa, entre elas a Federação Internacional de Atletismo, a ‘World Athletics’, mas também os comités olímpicos de Brasil, Espanha, Estados Unidos, Noruega e Polónia.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infectou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
ZAP // Lusa