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Uma bomba cai e Salwa ri. Pai inventa jogo para distrair filha da guerra na Síria

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Zouhir Al Shimale / EPA

Um pai, Abdullah Al-Mohammad, inventou um jogo simples para distrair a pequena Salwa: cada vez que ouve o barulho de uma bomba, deve rir-se às gargalhadas.

Há quem compare o jogo à história dos judeus Guido e Giosuè no filme “A Vida é Bela”, uma obra de ficção que acontece na 2ª Guerra Mundial. Guido e Giosuè são levados para um campo de concentração e o pai decide transformar esse tempo num jogo para o seu pequeno filho, com o objetivo de o manter à margem dos horrores daquele local.

Porém, esta história é verídica. A inspiração para o jogo veio de fogo de artifício, mas o objetivo é o mesmo: manter um filho longe dos horrores da guerra.

Num vídeo, o pai admite que a ideia surgiu depois de ter visto a filha assustada com o som de fogo de artifício. Uns dias depois, a cidade onde estavam foi novamente bombardeada e o pai achou que podia explicar à filha que o som nada tinha de assustador e que, por isso, devia rir-se.

Depois de terem sido forçados a mudar de casa, pai e filha vivem agora em casa de familiares, noutra cidade, e Abdullah Al-Mohammad explica que lidar com o som de bombardeamentos “já se tornou rotina”.

“Houve muitos bombardeamentos. As crianças sofrem de problemas psicológicos e esgotamentos nervosos por causa dos atentados”, explicou o pai, em declarações ao jornal britânico The Independent, acrescentando que procurou soluções para tornar os bombardeamentos “numa fonte de felicidade e não de medo”.

“Ensinei-a que não era assustador e que devia rir-se. Ela acha que os sons das bombas são de armas de brincar”, disse Abdullah Al-Mohammad.

AP //

1 Comment

  1. Se a Síria tivesse uma Hollywood, veríamos esta guerra com outros olhos. Mas é americana e sabe transformar um qualquer pé rapado de Nova Iorque num herói salvador da Humanidade.

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