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Gerente do EuroBic ajudou a esvaziar conta de general angolano Ndalu

O general angolano António França “Ndalu” foi burlado em cerca de 110 mil euros por um grupo criminoso que conseguiu esvaziar a sua conta bancária com a ajuda de um gerente do Eurobic da Maia.

António França “Ndalu”, de 81 anos, foi ministro da Defesa e conselheiro especial de José Eduardo dos Santos. Estudou em Portugal, tendo chegado a jogar no Sporting, entre 1958 e 1960. Mais recentemente, o general foi membro Conselho de Administração da De Beers, uma empresa ligada à indústria de diamantes, entre 2005 e 2010

De acordo com o Jornal de Notícias, o golpe foi dado em finais de 2016. A 9 de dezembro, um dos burlões, que tinha tido acesso a toda a informação bancária do general angolano, levantou da sua conta 2.500 euros. Três dias depois, regressou ao BIC da Boavista, no Porto, onde o levantamento tinha sido feito, e levou consigo mais seis mil euros, fazendo ainda uma transferência de 48.800 euros para uma conta que controlava. Passados nove dias, voltou a repetir as mesmas operações, desviando outros 54.800 euros.

Ndalu não foi a única vítima. O grupo criminoso também burlou outros três cidadãos angolanos. Porém, o militar nunca chegou a apresentar queixa, pois, meses depois, o banco repôs a quantia em falta.

Segundo o Ministério Público (MP), o membros do grupo – sete homens e uma mulher, com idades entre 29 e 54 anos, de origem angolana – usavam passaportes falsos para se fazerem passar por empresários daquele país, com grande poder económico.

Segundo o JN, todas as informações bancárias das vítimas eram fornecidas pelo cúmplice, residente em Valongo, e que geria uma agência do BIC, na Maia. Com o esquema, o grupo roubou cerca de 160 mil euros a três importantes clientes do BIC e a um do BPI.

O gerente foi suspenso em 2017 pelo próprio banco que detetou as ilegalidades e está em prisão domiciliária. Três dos seus cúmplices encontram-se em prisão preventiva.

O grupo foi desmantelado pela Polícia Judiciária em janeiro do ano passado e está a responder no Tribunal de Lisboa por crimes de burla qualificada, associação criminosa, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, violação de segredo agravado e acesso ilegítimo.

ZAP //

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