Annegret Kramp-Karrenbauer demitiu-se esta manhã da liderança da União Democrata Cristão (CDU), na sequência do escândalo da eleição do ministro-presidente do estado da Turíngia.
De acordo com o jornal alemão Spiegel Online, Annegret Kramp-Karrenbauer, também conhecida por AKK, declarou na reunião da direção dos democratas-cristãos desta segunda-feira que não estaria na corrida à chancelaria pela CDU nas próximas eleições legislativas de 2021 e que se demitia da chefia do partido, que recebera com a bênção de Angela Merkel.
Em causa está o resultado da eleição do ministro-presidente do estado da Turíngia, na passada quarta-feira, que contou com votos do partido de extrema-direita, Alternativa para a Alemanha (AfD).
Na reunião da direção da CDU, AKK terá dito, de acordo com o mesmo jornal, que havia uma relação pouco clara entre fações da CDU e da AfD. Participantes na reunião relataram ao Spiegel Online que AKK é considerada estritamente contra a cooperação com a AfD e com o partido A Esquerda.
Annegret Kramp-Karrenbauer foi eleita líder do partido em 7 de dezembro de 2018. Com 56 anos e apelidada de “Mini-Merkel”, era uma das favoritas na corrida à liderança. A líder da CDU derrotou, por uma pequena margem, Friedrich Merz, antigo rival de Merkel, no congresso da CDU.
Em outubro de 2018, Angela Merkel anunciou que renunciaria ao cargo de líder do partido, mas permaneceria como chanceler, num esforço para gerir a sua saída depois de uma série de crises desde 2015, quando tomou a polémica decisão de manter as fronteiras da Alemanha abertas à entrada de refugiados.