Merkel não se vai recandidatar a líder da CDU, mas governa até 2021

Felipe Trueba / EPA

Angela Merkel vai abandonar a liderança da CDU, depois de 18 anos à frente do partido. A alemã vai também abandonar cargo de chanceler em 2021.

A líder alemã informou os membros do partido que não irá recandidatar-se a novo mandato esta segunda-feira, de acordo com a Reuters. O anúncio formal desta decisão deverá ser feito em dezembro, em Hamburgo, durante uma conferência do partido.

De acordo com a BBC, Merkel manifesta a intenção de se manter na liderança do governo até 2021, data prevista das próximas legislativas, mesmo não sendo ela a líder do partido. A alemã disse, numa conferência de imprensa, que vai abandonar a vida política quando o mandato terminar.

A decisão foi tomada depois de terem sido conhecidos os resultados das eleições para o parlamento regional de Hesse, em que os partidos que compõem a coligação governamental da Alemanha mantiveram a liderança, mas com uma queda significativa.

A CDU venceu as eleições, com 28%, mas perdeu mais de 11 pontos percentuais relativamente às eleições de 2013, o que representa o pior resultado registado pela CDU nesta região desde 1966. Já o SPD, o parceiro da CDU na coligação governamental, também recuaram perto de 11 pontos nestas eleições, conquistando menos de 20%.

Por outro lado, o partido da extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve 13% dos votos, entrando para o parlamento regional de Hesse, o único dos 16 do país onde ainda não tinha representação.

Com a imagem do Governo fragilizada, Merkel deixa a porta aberta para uma sucessão. Não são conhecidos candidatos, mas vários nomes apontados pela imprensa: Jens Spahn, ministro da Saúde, apoiado pela ala mais conservadora da CDU, Ralph Brinkhaus, líder do grupo parlamentar da CDU, e Annegret Kramp-Karrenbauer, secretária-geral do mesmo partido.

Merkel, que é líder dos democratas-cristãos desde 2000, continuará a ser chanceler alemã, cargo que ocupa desde 2005, até 2021. Até agora, Merkel sustentava que a liderança da CDU e da chancelaria eram duas posições que deveriam ser ocupadas pela mesma pessoa, enquanto o partido estivesse à frente do Governo.

A fraqueza de Merkel na Alemanha pode limitar a sua capacidade de liderança na União Europeia, num momento em que o bloco está a lidar com o Brexit, uma crise orçamentária na Itália e a perspetiva de partidos populistas ganharem nas eleições para o Parlamento Europeu em maio próximo.

ZAP //

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