Um tribunal de Turin, em Itália, declarou que um trabalhador de uma empresa de telecomunicações teve um tumor cerebral devido ao uso regular do telemóvel.
Robert Romeo trabalhava na Telecom Itália quando lhe diagnosticaram um neuroma do acústico. Esta semana, um tribunal de Turin declarou que o trabalhador teve o tumor cerebral benigno devido ao uso regular do telemóvel.
O funcionário da empresa de telecomunicações passava entre quatro a cinco horas por dia ao telefone e, segundo o seu advogado, “não existe nenhuma outra explicação para o desenvolvimento do tumor”.
Os juízes concordaram com a justificação e decidiram que “existem elementos sólidos” para afirmar que existe uma ligação entre “a exposição do indivíduo às frequências de rádio dos telemóveis e a doença que surgiu”, apesar da ausência de evidências científicas.
De acordo com o The Guardian, a decisão foi tomada com base nos estudos de dois médicos nomeados pelo tribunal sobre o risco do desenvolvimento de tumores cerebrais em pessoas que falam ao telefone30 minutos por dia durante um período de dez anos.
O tribunal decretou, assim, que Robert Romeo receba uma indemnização da seguradora da Telecom, a Inail. Contudo, esta pode ainda recorrer da decisão, entretanto criticada pelo ex-presidente do Instituto da Saúde, Walter Ricciardi.
Segundo o Observador, o ministro da Saúde italiano também já reagiu. Apesar de ter dito que respeitava a decisão dos juízes, Roberto Speranza defendeu a opinião da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que não existem provas de que os telemóveis provoquem cancro.