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Marcelo em Moçambique para assistir à posse de Nyusi e ver estragos do Idai

José Sena Goulão / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República chegou a Maputo, esta segunda-feira, para assistir à tomada de posse do homólogo moçambicano, aproveitando para visitar depois a cidade da Beira, afetada pelo ciclone Idai em 2019.

Com os termómetros a marcar 25 graus, Marcelo Rebelo de Sousa aterrou no aeroporto internacional de Maputo às 07h25 (menos duas horas em Lisboa) num voo comercial de dez horas e meia, oriundo de Lisboa, onde estavam dez graus.

“Está um tempo fabuloso”, comentou o chefe de Estado, recebido com honras militares pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, José Pacheco. “É muito importante estarmos cá neste momento”, referiu aos jornalistas.

Marcelo destacou as “ligações de fraternidade com Moçambique, que são únicas”, para sublinhar que “a presença de Portugal e o facto de o Presidente português ser o único chefe de Estado dos países membros da União Europeia” a assistir à posse de Filipe Nyusi mostra a importância da presença.

Além de assistir à posse do Presidente moçambicano, Marcelo disse que terá uma “agenda cheia, mas nunca pesada”, com uma deslocação à cidade da Beira, na quinta-feira, onde vai inteirar-se da intervenção portuguesa na região afetada pelo ciclone Idai em 2019, além de manter “encontros com representantes dos partidos políticos moçambicanos com assento parlamentar, com personalidades políticas, do mundo da cultura e representantes das principais comunidades religiosas “.

O ciclone Idai matou 604 pessoas e destruiu muitas infraestruturas da cidade e região centro deste país africano, afetando com diversos prejuízos a comunidade portuguesa ali residente, composta por cerca de 2500 pessoas, segundo registos consulares.

A visita “é especial, porque esta é a minha segunda pátria, porque já cá não venho há muito tempo”, disse, realçando uma promessa feita ao Presidente Nyusi de visitar o país. “Infelizmente não a pude concretizar. Quatro anos são muito tempo”, concluiu, recordando a sua última visita.

Do aeroporto, Marcelo Rebelo de Sousa seguiu para o Hotel Polana. Esta segunda-feira, o Presidente português vai manter sobretudo uma agenda privada. O chefe de Estado chegou no mesmo dia em que são empossados os deputados da Assembleia da República para a IX legislatura.

O programa da visita de cinco dias a Moçambique inclui outros eventos, sobretudo de cariz cultural, e encontros com a comunidade portuguesa, terminando na sexta-feira. Marcelo Rebelo de Sousa viaja para Portugal no sábado de manhã.

Na terça-feira, Marcelo vai estar em Maputo, onde visita a Escola Portuguesa de Maputo, entre outros pontos de agenda, e, ao fim do dia, encontra-se com membros da comunidade portuguesa — estima-se que haja entre 23 a 25 mil portugueses em Moçambique.

O programa de quarta-feira é preenchido com a tomada de posse do Presidente moçambicano, para a qual são esperados diversos chefes de Estado, estando previsto um encontro bilateral entre Marcelo e Nyusi durante a tarde, e na quinta-feira visitará então a cidade da Beira.

Na sexta-feira, novamente em Maputo, o chefe de Estado português tem encontro marcado com a equipa da Cooperação Técnico-Militar.

Nas eleições gerais realizadas em Moçambique, no dia 15 de outubro, Filipe Nyusi, presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) — partido no poder desde a independência — foi reeleito Presidente de Moçambique, à primeira volta, com 73% dos votos, de acordo com os resultados oficiais, contestados pela oposição — Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Na mesma ida às urnas, a Frelimo conseguiu eleger 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares do Parlamento, cabendo 60 (24%) à Renamo e seis assentos (2,4%) ao MDM.

ZAP // Lusa

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