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OE2020 aprovado sem surpresa na generalidade. Cristas despediu-se (e deixou uma profecia)

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António Cotrim / Lusa

Sem surpresas, a Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, na generalidade, a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2020.

A sessão de encerramento ficou marcada pela despedida da líder demissionária dos centristas, Assunção Cristas, que deixou uma profecia, e por um recado do PS ao Bloco de Esquerda, um dos antigos parceiros da geringonça.

O PS foi o único partido a votar a favor do Orçamento do Estado para 2020, que mereceu as abstenções do BE, PCP, PAN, PEV, Livre e dos três deputados do PSD eleitos pelo círculo eleitoral da Madeira. Votaram contra a proposta do Governo o PSD e o CDS-PP, bem como os deputados únicos do Chega e da Iniciativa Liberal.

Com a mesma votação foi aprovada a proposta de Grandes Opções do Plano para 2020.

Depois de passar no crivo da generalidade, o documento do OE2020 será debatido e votado na especialidade (4 e 6 de fevereiro), estando a votação final global agendada para dia 7 de fevereiro.

Despedida de Cristas do Parlamento

A sessão desta sexta-feira ficou também marcada pelo discurso de despedida de Assunção Cristas, que deixa o Parlamento após dez anos em funções.

Na sua intervenção, a centrista defendeu que o partido deve continuar a “construir” uma alternativa à direita “Porque em democracia há sempre alternativa, se não é para hoje, é para amanhã”, disse Assunção Cristas que vai deixar o seu cargo dentro de 15 dias no congresso, em Aveiro, que vai eleger o seu sucessor.

Para Cristas, “é dever do CDS dizer a verdade às pessoas”, “é dever do CDS não baixar os braços” e “fazer renovadamente o trabalho de construção de uma alternativa”.

“Há dez anos [2009] entrei para o Parlamento e a minha intervenção foi precisamente na área do Orçamento e das Finanças. O que ouvi então, infelizmente, é bastante semelhante ao que ouvi ontem [quinta-feira]. O que aconteceu a seguir é conhecido”, recordou a centrista, sugerindo que que a bancarrota se vai repetir no país.

“Continuo a acreditar que temos um país maravilhoso com pessoas extraordinárias, que com o enquadramento certo, com a ajuda certa – que muitas vezes é simplesmente a não desajuda por parte do Estado – podemos construir um país” liderante em vários domínios e verdadeiramente sustentável em todas as suas dimensões”, disse.

“Foi para mim uma honra”, concluiu, com alguma comoção. Os deputados centristas, observa o semanário Expresso, não se levantaram para aplaudir a líder em funções.

No futuro, Cristas vai manter-se como vereadora do CDS na câmara de Lisboa.

Após as eleições de 6 de outubro, em que o CDS perdeu 13 deputados, ficando com apenas cinco, e 4,2% dos votos, Assunção Cristas anunciou que deixaria a liderança do partido no congresso, entretanto marcado para 25 e 26 de janeiro, em Aveiro.

O aviso ao BE: “Não queiram gripar o motor”

A líder parlamentar do PS mostrou-se esta sexta-feira confiante de que a legislatura chegará ao fim com estabilidade, mas deixou um aviso claro ao Bloco de Esquerda.

“Senhoras e senhores deputados do Bloco de Esquerda, [vamos prosseguir] ao mesmo ritmo de avanços nesta legislatura com que andámos na passada. Não, não avançámos 10 centímetros, avançámos muito na melhoria da vida dos portugueses. Não queiram os senhores deputados do Bloco de Esquerda gripar o motor do crescimento e da justiça fiscal”, avisou Ana Catarina Mendes.

“Acreditamos – e eu acredito em particular – que os portugueses terão no fim desta legislatura o que pediram nas urnas: quatro anos de governo do PS, construídos num trabalho conjunto com seus parceiros de esquerda. Estou certa de que ninguém faltará à chamada. O PS honrará até ao último dia esse compromisso”, apontou ainda, não deixando nenhum recado ao PCP, que era também parceiro de geringonça do PS.

Os comunistas, por sua vez, frisaram que não consideram que este seja um dos melhores orçamentos. “Este não é um orçamento de continuidade, nem o melhor dos orçamentos (…) ”, salientou Jerónimo de Sousa na intervenção de encerramento.

“O melhor dos orçamentos responderia inequivocamente às necessidades do país, iria ao encontro das justas reivindicações e expectativas do povo português, resolveria problemas em vez de os adiar”, e “estaria ao lado dos trabalhadores, dos reformados, dos pequenos e médios empresários, dos agricultores, da juventude, das crianças”.

Já o PSD, fez questão de dizer que o voto contra não é um “voto de birra”. “Infelizmente, não se vislumbra na presente proposta qualquer rumo ou qualquer estratégia para o nosso futuro coletivo”, afirmou Rui Rio.

“É essa a ideia que norteia a nossa posição relativamente ao documento que hoje [esta sexta-feira] aqui iremos votar na generalidade. Uma posição que não é ditada por birra nem por simples vontade de destruir, mas, sim, com base em argumentos e em nome do programa que apresentamos aos portugueses”.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Claro foi aprovado pela esquerda e extrema esquerda, estes querem que os portuguêses vejam BRAGA POR UM CANUDO…PCP não tem mais identidade e depressa cai, o BE vai pelo mesmo caminho o caminho dos tachos e panelas…o PAN coitado, o LIVRE é uma desgraça e racista. Enfim a Esquerda quer que Portugal seja uma Venezuela e ser mandada pela Russia….Portuguêses abram os olhos antes que seja tarde, deixem o Futebol, as telenovelas etc…. ACORDEM e vejam a realidade que se nada for feito caíremos no abismo..

    • Meu Caro jaime Sente-se “deprimido” por não ter o seu Partido a Governar neste momento? Deixe lá! Pode ser que seja na próxima legislatura… Fala em Venezuela? Russia? E os USA? Caír no abismo? Nós neste momento, felizmente, já não vivemos “orgulhosamento sós”! Se Portugal vier a caír no abismo, não cairá sozinho! Acredita? Oxalá que os equilíbrios Internacionais se mantenham, bem como a Paz Mundial…Será bom para Portugal e todas as nações do Mundo…Não nos foquemos apenas nos aspectos negativos! Há que realçar tb os apectos positivos de PORTUGAL! Bom ano…

  2. Espero, o tempo que fôr necessário para que os tugas entendam que não é possível construir uma democracia com mercenários. Até aqui, a comunicação social tem dado, apenas, relêvo aos mercenários da democracia, por raźões económicas. Enquanto há palhaços há circo.

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