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Mais de 50 jornalistas subscrevem abaixo-assinado em defesa de Maria Flor Pedroso

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Miguel A. Lopes / Lusa

A jornalista Maria Flor Pedroso

Mais de 50 jornalistas, entre os quais Adelino Gomes, Henrique Monteiro, Anabela Neves e Francisco Sena Santos, subscreveram esta sexta-feira um abaixo-assinado em defesa da jornalista Maria Flor Pedroso, diretora de informação da RTP.

“Confrontados com o grave ataque público à integridade profissional da jornalista Maria Flor Pedroso, os jornalistas abaixo-assinados não podem deixar de tomar posição em sua defesa, independentemente das questões internas da empresa onde é diretora de informação, que manifestamente nos ultrapassam”, referem os 55 jornalistas que subscrevem o documento.

No abaixo assinado, com quatro pontos, os jornalistas – de várias redações – apontam que “Maria Flor Pedroso é jornalista há mais de 30 anos, sem mácula“, uma “jornalista exemplar” e “reconhecida e respeitada pelos pares”.

Os subscritores defendem que a diretora de informação da RTP “é uma das mais sérias profissionais do jornalismo português”, tendo chegado “por mérito ao cargo que atualmente ocupa”.

Maria Flor Pedroso é “defensora irredutível do jornalismo livre, rigoroso“, “sem cedências ao mediatismo, a investigações incompletas, ou à pressão de poderes de qualquer natureza”, sublinham no abaixo-assinado.

Recordam ainda que a profissional “foi escolhida pelos pares para presidir à Comissão Organizadora do 4.° Congresso dos Jornalistas Portugueses, uma iniciativa que se revelou um marco na discussão dos problemas da profissão. É frontal, rejeita favores e nunca foi acusada de mentir”, salientam os jornalistas no seu abaixo-assinado.

A diretora de informação da RTP garantiu esta sexta-feira que “nunca” informou a diretora do Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCEM) sobre a investigação que o programa “Sexta às 9” estava a fazer sobre a instituição, refutando acusações da jornalista Sandra Felgueiras.

Em causa está um relato feito pela coordenadora do programa, em 11 de dezembro, numa reunião com o Conselho de Redação, em que adiantou que o “Sexta às 9” estava a investigar suspeitas de corrupção no âmbito do processo de encerramento do ISCEM, que passava pelo alegado recebimento indevido de “dinheiro vivo”.

Nesse âmbito, Sandra Felgueiras acusou Maria Flor Pedroso de ter transmitido informação privilegiada à visada na reportagem, o que a diretora, docente do ISCEM desde 2006, “rejeitou liminarmente”, de acordo com as atas do Conselho de Redação.

Segundo estas actas, citadas por João Miguel Tavares num artigo de opinão no Público, Maria Flor Pedroso admitiu ter decidido por iniciativa própria averiguar na secretaria do instituto “se estava a ser exigido aos alunos que pagassem os emolumentos em dinheiro vivo”, após o que terá informado Cândida Pinto, directora-adjunta da RTP, de que a instituição de ensino não tinha multibanco.

Terá sido então Cândida Pinto a informar Sandra Felgueiras de que “não havia multibanco no ISCEM e que poderia ser essa a explicação” para os pagamentos em dinheiro vivo.

Na próxima segunda-feira, está agendado um plenário na RTP, convocado pelo Conselho de Redação, sobre a situação que envolve a diretora de informação e a equipa do programa “Sexta às 9”.

ZAP // Lusa

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