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“É a luta final.” Greve geral em França marcada por confrontos

Ian Langsdon / EPA

“É a luta final”, ouve-se em coro. As ruas francesas encheram-se com mais de 806 mil pessoas que, esta quinta-feira, protestaram contra a prometida reforma do sistema de pensões do Governo de Emmanuel Macron. A greve nos transportes continua até segunda-feira. 

Manifestantes encapuzados provocaram confrontos com a polícia em Paris, durante a manifestação no âmbito da greve geral iniciada esta quinta-feira contra a alteração do sistema de reformas proposta pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

Os confrontos eclodiram pouco antes das 16h00 locais (15h00 em Lisboa), nas avenidas do leste da cidade, onde foi formado um grupo composto por pelo menos 500 radicais, segundo fontes oficiais citadas pela estação de rádio France Info.

A Prefeitura da Polícia de Paris indicou, no Twitter, que até às 15h30 (14h30 em Lisboa) as forças de ordem já tinham detido 71 pessoas e realizado 9.350 controlos para tentar evitar os distúrbios.

Fontes sindicais anunciaram esta manhã que se realizaram assembleias gerais de trabalhadores do setor dos transportes que votaram, por esmagadora maioria, a continuação da greve nos transportes na capital francesa “até segunda-feira”. A mobilização, muito forte hoje, será “semelhante até segunda-feira”, indicou Thierry Babec da UNSA, o primeiro sindicato da RATP, empresa de transportes da região de Paris.

A greve geral que começou em França, contra a alteração do sistema de reformas, está a atingir todos os setores essenciais tornando difícil chegar aos locais de trabalho, deixar as crianças na escola, ter acesso às urgências ou chamar os bombeiros.

Convocada pelas grandes associações sindicais, a intersindical e interprofissional, previa-se que a greve teria mais impacto nos transportes, o setor mais mobilizado e o primeiro a opor-se com veemência à introdução do novo sistema de reformas que quer acabar com os 42 subsistemas de pensões atualmente existentes em França.

A SNCF, empresa ferroviária, assegura apenas um em cada 10 TGV e um em cada 10 comboios regionais, incluindo na parisiense, e intercidades. Quanto ao Eurostar, apenas um em cada dois vão fazer viagens e não haverá qualquer ligação a Itália, Espanha e Alemanha.

Quanto aos transportes dentro da capital, a RATP prevê que a maior parte das linhas do metro estejam fechadas, exceto as linhas 1 e 14, que são automáticas, mas que também serão fechadas caso haja demasiados passageiros. Os autocarros serão reduzidos para um terço.

O grande objetivo dos milhares de manifestantes é o recuo do Governo, uma vez que ainda não há uma lei – há apenas um relatório com recomendações orientadoras para a reforma.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, deverá apresentar “a arquitetura geral da reforma” em meados da próxima semana, disse a porta-voz do Palácio do Eliseu, citado pelo Público.

ZAP // Lusa

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