O Partido Trabalhista britânico acusou o primeiro-ministro, Boris Johnson, de “negociações secretas” com os Estados Unidos para “vender” o sistema nacional de saúde a empresas norte-americanas, no âmbito de um futuro acordo comercial pós-‘Brexit’.
A duas semanas das eleições legislativas antecipadas, Jeremy Corbyn, líder do principal partido da oposição, apresentou à imprensa 450 páginas de documentos que, assegurou, são prova da realização, desde julho de 2017 até “há apenas alguns meses”, de seis reuniões entre representantes britânicos e norte-americanos sobre a relação comercial após a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
“Estes documentos confirmam que os Estados Unidos exigem que o serviço nacional de saúde [NHS] esteja em cima da mesa das negociações comerciais“, disse o líder trabalhista.
“Temos agora provas de que com Boris Johnson o NHS está sobre a mesa e está à venda“, acrescentou.
Para Corbyn, o futuro acordo comercial com os EUA “vai definir o futuro” do Reino Unido, pelo que as legislativas de 12 de dezembro “são doravante um combate pela sobrevivência do serviço nacional de saúde enquanto serviço público gratuito para todos”.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, tem assegurado ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que os dois países podem fechar “um acordo magnífico”.
Nos últimos meses, fontes norte-americanas, incluindo o embaixador dos EUA em Londres, admitiram que as negociações comerciais abarcam todas as áreas da economia britânica, incluindo o NHS, mas no final de outubro Donald Trump negou qualquer interesse no serviço de saúde britânico.
// Lusa