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Procurador-geral de Israel acusa Netanyahu em três casos de corrupção

Abir Sultan / EPA

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

O primeiro-ministro israelita em funções foi acusado, esta quinta-feira, de fraude, suborno e abuso de confiança em três casos de corrupção.

O procurador-geral de Israel, Avichaï Mandelblit, acusou hoje o primeiro-ministro em funções, Benjamin Netanyahu, de fraude, suborno e abuso de confiança em três casos de corrupção, indicou o Ministério da Justiça.

O ministério tinha indicado antes que Mandelblit anunciaria se acusava, ou não, Netanyahu ainda hoje, dia em que o Parlamento foi encarregado pelo Presidente Reuven Rivlin de encontrar um chefe de Governo, depois de Netanyahu e do seu rival terem falhado nas suas tentativas na sequência das eleições de 17 de setembro.

Netanyahu negou sempre o seu envolvimento nos três casos, alegando que as investigações fazem parte de uma vingança política e de uma “caça às bruxas”, que inclui a esquerda, os media e a polícia. “Não haverá nada porque não houve nada”, disse Netanyahu no início do ano.

É a primeira vez que é feita uma acusação formal por estes crimes a um primeiro-ministro em funções.

De acordo com o Haaretz, citado pelo jornal Público, num dos casos o primeiro-ministro é acusado por favorecimento a um grupo de telecomunicações detentor de um site que lhe terá dado cobertura noticiosa favorável. Noutro, é acusado de ter aceite presentes de empresários em troca de favores políticos e, por fim, é acusado de fraude por suspeita de ter prejudicado a concorrência de um jornal que lhe deu boa cobertura noticiosa.

Netanyahu já reagiu ao anúncio do procurador-geral, considerando que são “falsas acusações motivadas por considerações políticas” e referindo-se a uma suposta “tentativa de golpe”. “Tudo isto tem por objetivo derrubar-me”, acrescentou em conferência de imprensa.

Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco, que ontem informou o chefe de Estado que não tinha sido bem sucedido na tarefa de formar Governo, considerou que o rival não possui “qualquer mandato público ou moral” para tomar decisões sobre o destino do Estado de Israel.

Segundo a lei israelita, o Presidente pode agora dar três semanas para que qualquer deputado do Knesset procure reunir uma maioria de 61 lugares, o que significa que Gantz e Netanyahu podem continuar a desenvolver esforços nesse sentido.

No final desse prazo, se nenhum político conseguir formar Governo, os israelitas voltarão às urnas, nas terceiras legislativas em menos de um ano.

ZAP // Lusa

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