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Luís Montenegro irá ao Conselho Nacional do PSD (se for convidado)

José Coelho / Lusa

O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro assegurou esta terça-feira que irá ao Conselho Nacional de Bragança se for convidado e apelou à direção do partido para que “facilite” a participação dos militantes na escolha do próximo presidente.

No final de um encontro de mais de uma hora com a UGT, em Lisboa, Luís Montenegro apontou como seu objetivo na campanha interna “ser o mais esclarecedor possível”. “Irei a todo o lado onde seja convidado e onde queiram falar comigo, dentro e fora do partido”, afirmou, defendendo que o candidato a líder do PSD é também candidato a primeiro-ministro.

Perante a insistência dos jornalistas se gostaria de falar no Conselho Nacional do PSD, na sexta-feira em Bragança, para o qual o candidato Miguel Pinto Luz já manifestou o desejo de ser convidado, Montenegro manifestou-se disponível, embora não tenha feito qualquer diligência nesse sentido.

Eu se for convidado pode ter a certeza que vou, mas não é por ser o Conselho Nacional, vou porque quero falar com militantes do partido, sejam conselheiros nacionais, sejam da concelhia de Bragança ou de Estremoz, quero falar com todos”, afirmou, dizendo-se “aberto a todos os convites”.

Questionado se defende a abertura dos cadernos eleitorais a militantes sem as quotas pagas, Montenegro não quis entrar na discussão dos procedimentos concretos, preferindo destacar dois princípios que gostaria de ver na eleição interna: “transparência e participação”. “Transparência, para que todas as candidaturas estejam em igualdade de tratamento e, por outro lado, que seja facilitada a maior possibilidade de participação que for possível”, defendeu.

Questionado como vê que o presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, acumule a partir de quarta-feira o cargo com a liderança parlamentar, respondeu de forma telegráfica: “Com naturalidade”.

O presidente do PSD, Rui Rio, vai esta quarta-feira a votos como candidato único a líder parlamentar do partido, em eleições que se realizam entre as 15h e as 18h na Assembleia da República. Rui Rio, que é recandidato à presidência do PSD, já disse ter a intenção de dirigir a bancada apenas até ao próximo congresso por não querer que aconteça a um futuro líder o que lhe aconteceu a si, quando há dois anos teve de afastar Hugo Soares do cargo após assumir a direção do partido.

Na sua lista, Rui Rio propõe seis vice-presidentes para a direção da bancada (menos um do que teve o seu antecessor, Fernando Negrão): como primeiro vice o deputado Adão Silva (Bragança), seguindo-se Carlos Peixoto (Guarda), Luís Leite Ramos (Vila Real), Clara Marques Mendes (Braga), Ricardo Baptista Leite (Lisboa) e Afonso Oliveira (Porto).

Adão Silva e Carlos Peixoto transitam da anterior direção parlamentar, liderada por Fernando Negrão, enquanto Luís Leite Ramos já tinha sido vice sob a presidência de Hugo Soares.

Como secretários da direção do grupo parlamentar, a lista de Rio integra Isaura Morais, que foi cabeça de lista por Santarém, Catarina Rocha Ferreira (Porto) e o secretário-geral adjunto Hugo Carneiro (também deputado pelo Porto).

Rui Rio irá substituir no cargo Fernando Negrão, eleito em 22 de fevereiro de 2018, com menos de 40% de votos favoráveis. Nessa eleição, em que votaram 88 dos 89 deputados do PSD na passada legislatura, Negrão conseguiu 35 votos favoráveis, 32 brancos e 21 nulos, o que o levou a falar de um “problema de natureza ética” na bancada.

O anterior líder parlamentar, Hugo Soares, tinha sido eleito em julho de 2017 com 85,4% de votos, correspondentes a 76 votos favoráveis, 12 votos brancos e um nulo.

Antes dele, Luís Montenegro exerceu funções de líder parlamentar do PSD desde junho de 2011, quando foi eleito com 86% dos votos, tendo sido sucessivamente reeleito em outubro de 2013, com 87% dos votos, e em novembro de 2015 com quase 98% dos votos, sempre sem oposição.

Antes de Montenegro, Miguel Macedo tinha sido eleito em 2010 com 87,5% dos votos e Aguiar-Branco, em 2009, com mais de 96% dos votos.

Antes de Aguiar-Branco, a votação para a liderança da bancada parlamentar do PSD permitia votos contra, o que deixou de acontecer e atualmente a discordância em relação aos nomes propostos só pode ser expressa através de votos brancos, nulos ou da abstenção.

Nesse outro método, Paulo Rangel tinha sido eleito em 2008, com cerca de 57% de votos favoráveis, enquanto, antes dele, Santana Lopes tinha conseguido, em 2007, 70% dos votos da bancada. Já Marques Guedes, quando foi eleito em 2005, recolheu 81,6% dos votos favoráveis, enquanto Guilherme Silva — que fez dois mandatos – tinha tido 85% em 2004 e 91,3% em 2002.

Dois dias depois da eleição do grupo parlamentar, o PSD reunirá na sexta-feira em Bragança o seu Conselho Nacional – órgão máximo do partido entre Congressos – que irá fixar a data das eleições diretas para o presidente do partido, que a direção propõe para 11 de janeiro, e do próximo Congresso, que deverá realizar-se em 7, 8 e 9 de fevereiro.

ZAP // Lusa

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