A morte de Alexandre, o Grande está envolta em mistério. São muitas as teses sobre a causa, desde pneumonia, malária, Síndrome de Guillain-Barré até alcoolismo. Alguns até acreditavam que tinha sido assassinado. Agora, há uma nova teoria.
Um novo estudo de investigadores da Universidade de Aristóteles, na Grécia, revela que a causa da morte de Alexandre, o Grande, foi necrose pancreática e não malária, febre tifoide ou pneumonia, como se pensava anteriormente.
De acordo com a Sputnik News, no estudo iniciado em 1995, os especialistas analisaram cuidadosamente os sintomas da doença e os últimos dias do rei da Macedónia, descritos por historiadores antigos.
Segundo o autor do estudo e professor honorário de Medicina, Thomas Gerasimidis, a causa da morte de Alexandre foi uma sepse grave causada por necrose pancreática aguda. Esta doença, por sua vez, foi-se desenvolvendo por causa de colelitíase, bem como devido ao vício do chefe militar em alimentos pesados e álcool.
“O início dos sintomas era caracterizado por dor abdominal severa após refeição e vinho abundantes, acompanhada de febre e deterioração progressiva diária durante 14 dias”, escrevem os autores no estudo.
De acordo com o Greek Reporter, ao mesmo tempo, depois de analisar as obras de historiadores gregos antigos, Gerasimidis rejeitou outras versões da morte de Alexandre, incluindo malária, pneumonia, febre tifoide e febre do Nilo Ocidental.
A teoria da malária foi descartada porque, embora o seu principal sintoma fosse a febre, não era do tipo associado à malária. Além disso, a malária não causa a morte que sofreu Alexandre. A teoria da pneumonia também foi rejeitada, uma vez que a pneumonia raramente causa dor abdominal, apesar de apresentar sintomas de febre.
Gerasimidis também descartou a febre tifóide, uma vez que não havia epidemia na época. Além disso, Alexandre não terá experimentado diarreia antes da dor abdominal. Da mesma forma, a teoria do vírus do Nilo Ocidental foi rejeitada porque causa encefalite, mas não dor abdominal e delírio.
O investigador também rejeita a teoria de que Alexandre morreu de depressão por causa da morte de Hefestião, o seu melhor amigo e general do seu exército. Segundo a teoria, a depressão enfraqueceu o seu sistema imunológico, tornando-o vulnerável a infeções.
No entanto, o cientista grego diz que Alexandre não sofreu de forma debilitante a depressão. Pelo contrário, mesmo nos primeiros dias da doença, Alexandre ainda trabalhava com os seus generais.
Alexandre, o Grande, foi rei da Macedónia da dinastia Argeoad, chefe militar e conquistador, criador de uma potência mundial que se desintegrou após a sua morte.
A 10 ou 11 de junho de 323 a.C., Alexandre morreu no antigo palácio do rei Nabucodonosor II, na Babilónia, aos 32 anos. Existem duas versões a respeito da sua morte. De acordo com Plutarco, cerca de quatorze dias antes de falecer, Alexandre deu uma festa e passou aquela noite a beber. Ele teve uma febre, que foi piorando até ao ponto de não conseguir falar.
A segunda versão, de Diodoro, afirma que Alexandre começou a sofrer de fortes dores após tomar uma enorme porção de vinho. Permaneceu fraco por onze dias, não teve febre e morreu depois de dias de agonia.
As várias teorias sobre a sua morte passam por malária, febre tifóide, pneumonia e alcoolismo. Recentemente, uma investigadora da Nova Zelândia publicou um estudo, cuja conclusão sugeria que Alexandre terá morrido na sequência de uma doença neurológica chamada Síndrome de Guillain-Barré, contraída por uma infeção de Campylobacter pylori.
Devido ao seu estatuto na aristocracia macedónica, começaram a circular rumores sobre um possível assassinato. Diodoro, Plutarco, Arriano e Justino mencionaram a possibilidade de Alexandre ter sido envenenado.