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Das eleições resultou um “Governo instável” e Marcelo foi “o grande ganhador sem ter participado”

Mário Cruz / Lusa

Luís Marques Mendes

Para Luís Marques Mendes, o PS teve mais votos, mas tem piores condições para governar. Além disso, na opinião do comentador político, foi Marcelo quem ganhou estas eleições, por não ter havido maioria absoluta.

O Partido Socialista (PS) teve mais votos e elegeu mais deputados, e disso não há dúvidas. No entanto, para Luís Marques Mendes, o partido de António Costa não tem a vida facilitada nos próximos quatro anos.

Este domingo, no habitual espaço de comentário na SIC, o social-democrata disse que quem venceu estas eleições, sem sequer ser candidato, foi o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, porque conseguiu aquilo que queria: uma vitória sem maioria absoluta.

O Presidente da República é o grande ganhador das eleições sem ter participado. O Presidente da República deixou claro que não morria de amores de uma maioria absoluta, porque perde poder, também ganhou melhores condições para a sua reeleição, porque o PS não sai muito forte”, referiu, citado pelo Observador.

Em cima da mesa, não se coloca a questão se o PS tem condições para governar. Em vez disso, disse Marques Mendes, tem de se ponderar se essas condições são “melhores ou piores”. “O PS tem mais votos, tem mais deputados, mas provavelmente tem piores condições para governar que nos últimos quatro anos”, isto porque no plano político e económico as condições são outras.

Acho que vai ter um Governo mais instável“, resumiu. Ainda assim, isto não significa que Costa não irá conseguir levar o Governo até ao fim da legislatura. Contudo, explicou, dado o abrandamento económico vai ter “menos dinheiro para distribuir”, logo “instabilidade a mais e popularidade a menos”.

Por outro lado, na ótima de Marques Mendes, o PS de António Costa “habituou-se a ter uma oposição à direita, mais mês menos mês vai ter uma oposição à esquerda e outra à direita”.

O comentador frisou que a relação com Marcelo Rebelo de Sousa também não vai ser a mesma e, em relação aos partidos de esquerda, Marques Mendes considera que o PCP e o BE vão, também, ter dificuldades, porque não havendo geringonça, serão considerados “partidos marginais” e isso poderá ter reflexo nas próximas autárquicas.

Ainda assim, a maior dificuldade é que, mesmo que queiram derrubar o Governo, “vão ter uma enorme dificuldade”. Para Luís Marques Mendes, tal só será possível se derem as mãos aos partidos da direita, PSD e CDS, “e isso é muito difícil”.

Quanto à formação do futuro Governo, Marques Mendes acredita que esta não se alterará muito do que foi, com secretários de Estado a serem promovidos a ministros. Mas do seu ponto de vista, “se isto acontecer, vai cheirar a desilusão”, uma vez que há ministros que acusam já cansaço e que é necessário “sangue novo” no Governo.

“As pessoas em vez de terem um Governo remodelado, gostavam de ter um Foverno refrescado”, rematou.

ZAP //

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